quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Das coisas que não entendo

Claro, óbvio, que não compreendo grande parte das coisas que me cercam. E não me incomodo com isso. Vivo como acho que devo viver. Falo o que acho que devo falar. Não uso de artificios femininos do tipo falar sim quando quer dizer não, falar não quando quer dizer sim, falar talvez não querendo dizer nada. Gosto de palavras! Gosto de coisas claras, limpas. Taí, acho que sou ingênua. Não consigo crescer nesse aspecto. Deixar certas vícios para tras, e por mais que já esteja com o coração todo calejado e remendado, não consigo deixar de acreditar. E essa é o aprendizado que mais me dói esquecer. Não acreditar em palavras, não só em palavras. Chega a ser um ato de preservação. Outra coisa bastante incomoda é essa minha mania de ser sempre muito objetiva e clara, diria até boba, de demonstrar tudo que se passa na minha cabeça e no meu coração, praticamente entregando a chave de mim para qualquer um desavisado que cruzar o meu caminho. Mas eu gosto de finais felizes, não possuo truques ou artimanhas... cartas na manga, não, nada disso, sou clara, transparente. Na minha cabeça já chega as mesquinharias diárias no jornal, no trabalho, no seu próprio umbigo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Coisas

De início, nunca pensei em escrever um perfil, tipo aqueles dos blogs piscantes e coloridos que tinhamos antes. Sempre querendo parecer o que não é, sempre querendo ser o que não é e negando o que se era. Gente esquisita, né? É eu realmente era esquisita.
Não que tenha mudado muito agora, mas, acho que sou mais verdadeira e realista, até demais, é, se alguém me perguntar o que eu sou, a partir de hoje vou dizer isso, realista, as vezes, chego a ser pessimista, sabe, o mundo, as experiencias, não estão muito afim de me provar o contrário. É o que eu vejo a cada dia, é um mundo anestesiado sentimentalmente, e eu não sou assim, não consigo ser assim, mas olha, queria muito ser assim. Acho até natural que nos preservemos de tais acontecimentos, fica cansativo se enganar tantas vezes. É, meio que repetitivo. E eu não sou repetitiva, ah, só de vez enquando. Só quando eu gosto. Só quando eu amo. E na maioria das vezes eu sempe gosto ou amo, logo, chego a conclusão de que sou repetitiva, meu Deus, hoje tá sendo o dia das descobertas drásticas (exagerada desde sempre!)
Eu gosto de gente simples, de gente inteligente, de gente que me contesta, de gente que me orgulha, de gente que me intriga, de gente que é gente de verdade. Odeio gente que se acha, de coitadinhos, de gente idiota, de gente vazia, ah... essa é o que eu mais odeio, não sei, me incomoda alguém que não me acrescenta em nada. Embora, eu tenha algumas companhias assim, fazer o que né? A gente sempre dá um jeito de se contradizer nas coisas que diz que odeia. Odeio que me faça de palhaça, e no entanto, bom, deixa pra lá...
Meu texto é estranho e ainda tem excesso de você, porque será que nada que eu escrevo que não seja sobre você me soa verdadeiro?





Para.
Para.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Desperdício

Dez da manhã. Chego a conclusão de que mais da metade da minha estranha vida se resume a uma série de desperdícios. Desperdício de tempo, desperdício de dinheiro. desperdício de sentimentos. Assim, tudo jogado fora. Como se não valesse nada, mas valeu, valeu e muito. e doeu também quando acabou, doeu mais a não certeza do fim, doeu mais a confusão. a saudade. as lembranças. que me parecem tão distantes agora. Não consigo pensar numa história em que eu não possa sonhar com um final feliz. Mas não é mais o caso. Não mais. Nunca mais.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Fazer ou deixar acontecer?!

Eu sempre fiz o estilo "faço acontecer", minha paciência nunca me permitiu esperar o desfecho do destino! Já até fiz uso de frases do tipo "O que tiver que ser será...", mas eu sempre acabava dando um jeitinho pra que o que tivesse que ser... fosse do jeito que eu queria. Nunca desisti fácil de um objetivo e pra ser sincera não me lembro de não ter alcançado pelo menos um deles! Acontece que depois de ter conseguido, alguma coisa dava errado... simplismente fugia do meu controle, inexplicável até! Minha vida já virou várias vezes de ponta cabeça, aliás já perdi as contas de quantas vezes eu perdi o rumo dela! E ai quando eu me vejo sem força, sem idéias mirabolantes, sem um plano fatal, sem estímulo nenhum... onde a única coisa que me resta é a frustração de ter tido um fim saiba Deus qual o motivo! Eu sento, choro... e depois procuro algo que ocupe pelo menos um pouco do meu tempo ocioso dedicado para aquela "conquista" fracassada. Passam dias, meses, anos... até que eu acabo me conformando de que não era pra ser ou que era pra ser assim, foi melhor assim... me sinto de certa forma curada daquela coisa toda que sugava tanto de mim, tanto esforço, empenho! Quando o Sr Destino resolve tirar o martelo do bolso e pregar uma peça bem no meio do meu caminho... ainda com pouco tempo de estrada... o novo rumo sabe?! Pois é... de repente, não mais que de repente eu me vejo vivendo um flashback! Tudo aquilo que já estava a salvo... Guardado em algum canto da minha memória, começa a perturbar de novo! Parece filme de terror... aliás já definiram situações parecidas assim como... "A volta dos que não foram!" Achei muito bem colocado!
E entre essa confusão toda surge aquelas milhões de perguntas que atormentam a nossa saúde psicológica, mas a que mereceu mais destaque no entanto foi essa: Como teria sido se eu tivesse deixado acontecer?!
Claro que essa faz parte da categoria "sem resposta".
Contudo, se o destino interfere de qualquer jeito na nossa vida, as vezes melhor seria deixar tudo por conta dele. (Se alguém souber como fazer isso, por favor me avise!) Cada dia que passa eu me asseguro mais de que nada nessa vida é por acaso! Nada mesmo!
E confesso que apesar de todas as dúvidas eu ainda prefiro ficar com a "lembrança de algo que foi bom enquanto durou" do que com a "frustração de saber que poderia ter dado certo!"
Independente de quantas vezes essa lembrança vá e volte por eu ter "adiantado" a ordem natural dos fatos.
A impressão que eu tenho se eu deixar a coisa ir por si só... é que eu não me esforcei o bastante e sem esforço o gosto não é o mesmo... Pra mim tudo que vem fácil perde a graça!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A carta

Meu querido,

a vida é tão efémera. É. é sim. por mais que a gente finja que não, que tudo é profundo e intenso. é tudo mentira. claro que é. bem vindo ao século XXI. Você tá meio atrasado, né? Embora, as vezes eu penso que vc é bem mais pra frente do que eu. e a fama ainda sobra pra mim. olha, acho que você não vai muito com a minha cara, na verdade, nunca foi, né? Acho que eu sou estabanada demais, estranha demais, pequena demais. tudo de mais. ah, e algumas coisas de menos. bem de menos. mas não é de mim que eu me propus a falar aqui. É sobre como as diferenças nos engoliram. de como elas foram nocivas. E ainda dizem que são as diferenças que comprovam o sentimento. muito.. mas MUITO errado mesmo esse tipo de pensamento. Porque veja você, eu sempre achei engraçadinha as diferenças, mas chegou num ponto em que elas se tornaram irritantes, sabe como é? Nós dois é mais ou menos como comer lasanha com sorteve. Não combina. não tem jeito. Percebe como tudo hoje se resume a explicações? Busco justificativas para tudo. ou para o nada. Acho que eu tentei ir além da capacidade. Além da capacidade de entender. Além da capacidade de esperar. Além da capacidade de esquecer.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O que vale a pena?!

"Ficou difícil, tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício, ossos do oficio
Pagar pra ver o invisível e depois enxergar
Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno
Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor
De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado
O velho texto batido dos amantes mal amados, dos amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida
E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor..."

É de se espantar a quantidade de músicas que falam sobre a decepção com a ausência do amor!
Justo o amor que segundo dicionários é a inclinação da alma e do coração... é o sentimento que move o mundo! Logo ele, ou melhor, a falta dele... provoca nas pessoas uma angústia incontrolável em busca de chegar logo ao final de todo aquele sofrimento! E junto dessa espera vem a aflição... junto desse aprendizado forçado sobre o que vale e o que não vale a pena...
Todo mundo já "sofreu" por amor um dia e mesmo assim quem diz que não quer amar nunca mais, mente! Mesmo por quê essa coisa de amor é indefinível... Nada é mais poderoso do que o que a gente sente, nada, nem mesmo o que a gente pensa! O fato é que nesses casos age-se muito mais com o coração do que com a razão! Mais aí entramos naquele velho problema sobre a busca do amor... Isso sim cansa! E cansa mesmo... desanima! Aí então recorremos aos sábios e famosos conselhos alheios... Já dizia Mário Quintana: "O segredo é não correr atrás das borboletas..."
E aqui estamos nós... cuidando do jardim e esperando que elas venham até a gente! Só tenho uma dúvida em relação a isso, quem me garante que essas borboletas ficarão para sempre?! Que pelo menos elas serão fiéis ao meu jardim?! Algumas borboletas também estão só de passagem... assim como as pessoas cometas do outro poema... E como a gente faz pra identificar isso?! Acho que elas poderiam começar a vir com o prazo de validade em cores gritantes, se possível piscando... pra gente já se preparar... Coisas previsíveis se tornam chatas com o tempo, mas amores imprevisíveis também! Existe uma desigualdade muito grande nesse aspecto, eu acho que todo mundo têm direito a uma cota de desilusões... e particularmente falando, acredito que a minha já tenha ultrapassado!

Do mais... quero parabenizar a Maria Rita que soube escolher muito bem a letra dessa canção!