segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Contradições

Dia dos pais, fui almoçar com o meu. Quer dizer, não que eu seja muito ligada a essas datas (todas comerciais), mas é importante separar um dia pra Ele. Não concordo muito com algumas coisas que Ele diz e faz, mas no fundo, gostaria de ter saido exatamente como Ele, não fui criada com Ele. Aliás, fui criada de maneira totalmente oposta do que Ele faria (palavras dele), ossos do oficio. Almoçar por lá já foi bem mais complicado, mas hoje é no minimo, uma experiencia exótica.
Pude mexer em alguns livros antigos a respeito de comportamento, de como as pessoas levam a vida e afins. Durante anos li tudo que me passou nas mãos sobre o assunto. Tinha obsessão sobre como as pessoas levam a vida, superam desafios e se relacionam com elas mesmas. Ainda tenho. Sou uma especie de bicho-grilo que gosta de papo esóterico, divagações sobre comportamento humano, religião, enfim, tudo que envolva pessoas e pensamentos. O resultado é que sou boa pra dar conselhos e péssima para ouvi-los.
Não experimentei muitos tipos de drogas, porque encuquei que poderia morrer a qualquer momento. Mas, como a evolução se dá a passos lentos, ainda gosto de beber. Gosto mais do que devia, e bebo mal. Não paro na hora certa e amo a sensação de estar com o pensador anestesiado e sensores aflorados. Não fico agressiva, o que me bate é uma "alegria" exagerada e em algumas ocasiões totalmente fora do tom para uma mulher. Além do mais, se eu bebo um pouco, já me bate vontade de fumar, coisa que parei a alguns meses. E se fumo, no outro dia me destroção o corpo e a consciencia. Delizes. Ainda bem que esses deslizes tendem a ser dóceis e aceitam limites com facilidade. Agora, por exemplo, o departamento alcool/tabaco está interditado - além de não poder mesmo, fiz promessa que cumprirei assim como cumpri outras.
Quando penso em como as drogas, legalizadas ou não, deixam a gente boba e previsivel, fico com raiva de mim por ter um lado vulneravel a elas.
Corro o risco de que com essas "revelações" (que só serão novidades pra quem não me conhece) eu acabe aniquilando uma imagem construidas a base de muita conversa. Mas, por outro lado, este é um relato sobre contradições, e a verdade é que se eu não tivesse pelo menos o minimo de limite, com a vida que me deram, amigas boas de copo como eu tenho, e gostando como eu gosto, é bem provavel que eu já tivesse me tornado alcoolátra. Mas, dizem por ai que a virtude não está em não ter deficiências, mas em querer domesticá-las.
"Corajoso não é o que não tem medo, corajoso é quem tem medo e pula"
E eu pulo.

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