segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ah, o amor...

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Sempre achei um "soneto" forte. Exagerado. Assim como tudo na época em que Camões escreveu. Mas, parando para analisar melhor, um texto de 1595 é tão atual quanto se fosse escrito ontem. Camões é genial. E é nessas horas que a gente vê que o amor é amor desde que o mundo é mundo. Amor é amor em qualquer época. Em qualquer situação ou circunstância. É legal notar essas coisas porque assim a gente percebe que os sentimentos não mudam com a moda, com valores, com épocas diferentes. Por outro lado, a dor de perder alguém é a mesma também. O nó na garganta acompanhado de uma "incomensuravel" sensação de impotência, aliada a uma inevitavel sensação de vazio que chega a tirar o ar. Isso é o que eu já senti e o que qualquer pessoa vai sentir daqui a 100 anos, e é isso que é fascinante. E é por isso, SÓ por isso, que falar de amor nunca sai de moda. Nunca é assunto "batido". Haverá sempre quem se interesse e quem queira falar do assunto. Amar não sai de moda.
Parando para analisar o soneto, me pergunto como não conceituar o amor a não ser dizendo que ele arde? O amor só pode arder! Não existe outra maneira de descrever a maneira como se sente isso. E quanto a doer... dói, heim? E como dói! Dói quando não é correspondido. Dói quando é, mas não na mesma proporção. Dói quando a dúvida da reciprocidade bate. Dói quando o outro sofre. Dói quando o outro te deixa. Mas, ao mesmo tempo que dói tanto é como se a dor fosse tão pequena. Porque né, logicamente, se a dor fosse tão grande, faria com que nos afastassemos, faria com que nosso instinto de sobrevivência afastasse o motivo dela, como fazemos com todas as outras: se queimar o dedo dói, não relamos no fogo. Se bater a cabeça dói é só não bater a cabeça. Mas eu nunca ouvi falar de alguém que deixou de amar porque amar dói. Tem gente que se afasta ANTES de amar, mas depois que começou, aí já era. Por isso que é um contentamento descontente. Às vezes, você nem queria tá passando aquilo, porque amar nos deixa burras e vulneraveis. Entretanto, não há armas para lutar contra isso.

"É um não querer", realmente. Não querer sofrer. Não querer que nada de mal aconteça ao dito cujo, a relação. Não querer se envolver. Esses "não quereres" só existem porque por trás deles existe algo muito além de simples bem querer. Esse medo, essa resistência, essa insegurança, só o amor causa.
"É solitário andar por entre a gente" É meio cafona, mas é a verdade. Quantas vezes você não tá no meio de um monte de gente e se sente só? Quantas vezes não esteve entre seus melhores amigos mas sentiu falta daquele conforto que nenhum deles podia te dar? É que, quando existe amor, só aquele "filho-da-mãe" supre o vazio. Não importa quantas milhões de pessoas especiais existam no mundo. Naquele momento só ele pode resolver a questão.
Por outro lado, as alegrias que o "amor" traz nunca são suficientes, de maneira a você nunca se sentir satisfeito ao ponto de dizer: "Ai, já foi felicidade demais, agora tá bom". Não há contentamento, há somente uma vontade de ter mais e querer mais. É uma alegria que transborda, que vem de dentro, que inevitavelmente promove sorrisos...
No amor também não há perdas quando se trata do outro. Não importa qual seja o sacrificio. Pode te causar prejuízos. Pode representar perdas para você, não importa.

Na parte do "querer estar preso por vontade" é que Camões matou a pau mesmo! Tem coisa mais certa que isso? Você diminui as saidas com os amigos. Deixa de sair sozinho pra balada e não quer outra coisa. Você é capaz de passar o domingo assistindo Faustão e se sentir feliz assim. E percebe que algumas coisas não tem mais graça se ele não estiver por perto.
E se mesmo com essa doação, o cara te magoa da forma mais ordinária que exista, você continua sendo leal a ele. Passa por um período "fechado pra balanço" de tal maneira que se o Kaká fizer um strip tease na sua frente você chora lembrando de como era lindo quando ELE levantava a camisa. E a sua lealdade vai além da fidelidade. Ela alcança um patamar que te faz não contar os segredos dele pra ninguém. Te faz procurar justificativas para cada mancada que ele deu, pra cada vez que ele te destratou, pra cada mentira que ele contou. Te faz jogar a culpa de tudo em você mesma e ficar uma noite inteira acordada perguntando o que foi que você fez de errado, quando no fundo, você sabe que não fez.
Camões deveria estar no auge da inspiração mesmo. Porque só assim mesmo ele conseguiu descrever tão bem o amor

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Já falei aqui que não gosto de aniversários né? Poisé, não vejo muito motivo pra comemorar se eu estou "envelhecendo". E sinceramente, esse termo não cabe a mim. Nunca coube, pelo menos, por enquanto. a hora de envelhecer deve chegar algum dia, mas por enquanto, sinto como se nunca fosse chegar. A gente sempre espera que alguma coisa que vai mudar o rumo dos seus dias aconteça no aniversário, daí que não acontece. e a gente se frustra. Bom, não se frustra mais, porque chega uma hora que não dá mais para guardar qualquer tipo de ilusão nesse sentido, mas, é mais ou menos por aí.
Porque veja só como é que são as coisas, desde que comecei a reparar em aniversários eu cresci, embora não tenha crescido muito, tenho o mesmo tamanho desde os 13 anos. A minha aparência mudou. A minha letra mudou. O meu corpo mudou. Mudaram também as minhas idéias e opiniões. Não sou mais aquela menina que fui um dia, embora seja muito mais menina do que mulher.
Agradeço a todo mundo que lembrou e falou. A quem lembrou e não falou. E até mesmo quem não lembrou, assim me poupa o trabalho de retrubuir no orkut.
Foi bem melhor do que o esperado. Aliás, é cada vez melhor!:)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sabe quando de repente tudo fica sem sentido, como se um buraco negro sugasse tudo que aconteceu de bom? E você fica perdida, tentando achar onde foi que fez/falou alguma coisa, ou tentando se jusficar por coisas que talvez não precisassem de justificativas, ou precisassem, depende do ponto de vista. E ele completamente absorto pelo acumulo de informações e que deve refletir um pouco essa mente incoerente que eu não entendo e amo. E odeio, às vezes. E volto a amar de novo. Ele me ama também, mas deve em momentos me odiar.Pensa que me conhece, mas algumas vezes, não entende. E eu temo que nunca irá.Mas nada é tão ruim quanto parece! Foi só um momento “essa vida não presta”. Mas passa! Sempre passa.E quando passa, eu só queria saber pq eu tenho essa coisa em mim, esse dom fazer merda, de passar por burra (ainda mais sendo loira) com tamanha naturalidade e desenvoltura.
Estou vivendo dias de “transtorno bipolar”. As vezes eu estou muito bem, às vezes muito mal (e não se trata de TPM, ainda…)
Amanhã é meu aniversário. Eu fico meio afobada nessa época, dos meus 15 anos pra cá, eu perdi o gosto por aniversários. Quando desejo feliz aniversário pra alguém desejo também que essa pessoa nasça todo dia novamente. Mas, pensando bem, é difícil nascer todo dia. Preguiça. Tem o ônibus lotado pra pegar. E o trabalho. E a faculdade. E a fila do banco. E o aniversário da filha da prima de não sei quem. Mas, difícil mesmo é saber se de fato amamos a vida se sequer sabemos viver direito. Dificil questionar algo que não foi alcançado ou escolhido, mas que nos foi simplesmente dado, que é tão frágil que qualquer ônibus da Santa Luzia pode assim sem mais nem menos vir e despedaçar. Ou seja, eu desejo a mim e a todo mundo que se cuide. Compre Band-aid. Faça dieta. Escute os outros. E de vez em quando surpreenda-se ao perceber, em alguma coisa bastante boba, que essa bagunça toda ainda vale a pena. e que os anos de vida nunca me pesem mais do que a vida desses anos.

Sete coisas

SETE COISAS Que eu mais digo:

"Enfim" / "Como assim" / "Tipo assim" / "Hãn?" / "Então tá, né?"

"Papi, se você falar comigo assim denovo eu juro que eu choro"

"VAI ME DEIXAR FALAR OU NÃO XUXUZINHO?" Tipo, ódio disfarçado nesse xuxu com "x" da xuxa...

"Maira, viu a minha chave?" - e a resposta padrão: "Tá onde você deixou". Ódio denovo.

"É sério que eu sou obrigada a assitir isso?" - E assim que começa a guerra pelo controle remoto entre meu irmão e eu.

"Tudo eu" - Essa é sempre com relação a serviços domésticos.

"E isso tudo com dinheiro de quem? Seu?? Porque eu não tenho UM real! - Geralmente essa é pra Amanda.

7 coisas que eu faço bem:

- Imitar um gorila andando.

- Divagar sobre o nada.

- Falar qualquer merda pra me livrar de um silêncio desconfortável.

- Me atrasar.

- Miojo de Tomate - pensei em colocar sexo, mas não tenho testemunhas aqui para comprovar... ia acabar parecendo mentira.

- Interromper e distrair a pessoa que me conta um assunto sério fazendo comentários nada relevantes (abre parêntese gigante, porque essa merece um exemplo):

- Sabe a Fulana de tal? Então, tá gravida!!! - Ih, ela tem um irmão travesti, sabia? Um traveco liiiindo, Cê precisa ver!!

- Estressar com coisas pouco relevantes.

7 coisas pra fazer antes de morrer…

- Escrever um livro muito legal e muito vendido

- Ir a um show do Roberto Carlos e chorar com “Detalhes” e “Como é grande meu amor por você”.

- Ter uma casa no campo bem bonita onde eu possa plantar meus amigos, meus livros, minhas coisas (MEU AMOR TB!) e nada mais.

- Não usar e não aceitar aquela desculpa fácil da falta de tempo pra justificar as ausências das pessoas que amamos. Tempo é uma questão de preferência

- Viajar para lugares diferentes. Pra qualquer lugar.

- Acampar numa praia (Influenciável??? Eu??? Magina!)

- Fazer uma performace bêbada em cima da mesa da música Let it Be

7 coisas que eu não faço…


- Unha. Não consigo! Não tenho coordenação motora!

- Arear panela.

- Comer algo que eu não goste, mesmo que esteja com muita fome.

- Contar vantagem.

- Ser sincera ao ponto de magoar alguém (a menos que minha opinião seja absolutamente imprescindível, coisa que geralmente não é) .

- Sair de casa sem vontade.

- Ir a uma ópera.

7 coisas que eu adoro…

- Edredon + frio

- Cinema/Dvd.

- Mc Chicken do Mc Donald’s , Fanta e Batata (um de cada vez, pra não tumultuar).

- Bebidas alcólicas

- Passar vergonha com os irmão

- Tudo isso ao mesmo tempo.

- “Aquilo” (dessa vez não resisti).

7 coisas que eu odeio…

- Telemarketing.

- Coisas de adulto (sobretudo fila e compras de adulto).

- Comida muito doce

- Acordar muito cedo

- Serviço doméstico

- Discussões sem sentido

- Pessoas que não fazem seu trabalho

7 Coisas que me fazem surtar

- Bater (mesmo que delicadamente) meus dedos do pé.

- Cosquinhas.

- Ter que repetir várias vezes o que disse só pq o “ouvinte” não estava ouvindo.

- Mendigar amor e aprovação das pessoas e só conseguir indiferença e implicância (eu sou uma idiota por fazer isso…).

- Gente que insiste pra eu sair de casa quando já deixei claro que não sairia mesmo que houvesse um vazamento de lixo tóxico debaixo dela.

- Amigas SUUUUPER pacientes que insistem em me consolar (gosto que me ouça e reclame junto. Dizer “ah, não fica assim não” me faz pensar numa morte ligeiramente trágica para a pobre amiga).

- Ser mal interpretada ou incompreendida, mesmo depois de explicar a situação milhares de vezes, mesmo dando provas de que eu não sou o tipo de pessoa que faria/diria tal coisa, mesmo simplificando ao nível de “vovô viu a uva”. FODA! Tenho vontade de me internar num manicômio! Lá ninguém vai acreditar ou entender o que eu estou dizendo, mas pelo menos eu estaria drogada.

terça-feira, 23 de junho de 2009

"Trair, ainda vai, mas confessar, jamais." - Não me contem - Danuza Leão

Eu acho que simplesmente não importa o quanto "CSI" a gente seja, sempre há a possibilidade de nossas cabeças receberem a nobre companhia de chifres sem que nós percebamos. Então não faz sentido ficar vasculhando sistematicamente a o celular, o computador e afins a procura de sinais de uma traição.
Mas acho q se eu for traída, preciso saber, pra avaliar se essa pessoa realmente me serve. Na vida da gente, é importante estabelecer um parâmetro, senão acaba aceitando tudo e dando graças a Deus. A princípio, uma pessoa q me traia, não me serve (o "a princípio" é pra evitar cusparadas pro alto voltam bem no meio da testa). Assim como também não serve uma pessoa que agressiva, ou muito drogada, ou uma pessoa q eu julgue ser mais burra q eu.
É simplesmente uma questão de decidir o que é aceitável e o que não é.
Cada relacionamento tem suas regras e dá certo enquanto elas estiverem sendo obedecidas. Muitos casais funcionam bem com essa regra (do "não traia, mas se trair não me conte!"). A prova dos nove é a felicidade (afinal, o importante é ser feliz e mais nada), mas não sei não se comigo funcionaria...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Toda vez é a mesma coisa. Vai chegando meu aniversário e eu vou ficar chata, sensivel - mais - entre outros adjetivos nem tão legais assim. Sinto um congestionamento dentro de mim. São muitas pessoas querendo falar, se exibir, se expressar. Esses tempos, achei que estava entrando num período de calmaria, a maturidade afinal, e de repente esse furacão. Esse sobe e desce emocional. Sempre converso com as meninas, falo sobre a serenidade adquirida com as coisas, mas tipo... cade ela agora? Deve esta com a outra parte de mim, aquela que medita, pondera, é segura e tem classe. Ainda bem que existe essa minha outra parte, pra me trazer conforto. Eu e essa minha boca grande. Sou doutora na arte de falar merda pra quem me faz feliz. Porque nessas horas a gente diz coisas que nunca pensou? Pra depois ficar com aquele vaso quebrado no meio do peito, tentando remendar o que se partiu no vicio de não se conter. Coisa repetitiva. Acho que antes de nascer, a gente tinha que fazer tipo um curso preparatório para a vida que terá. Se teve esse tal curso, eu devo ter perdido ensinos indispensáveis, devo ter perdido a aula de controle dos pequenos ímpetos. Pra ser bem sincera, sou magnifica com situações de impacto. Sou segura, adulta, consigo me controlar com grandes problemas, mas, me enrolo vergonhosamente com as pequenas coisas do dia-a-dia. E a vida é feita do dia-a-dia.
Fruto de quem sou, eu já deveria saber que não sairia muito linear no jeito de levar as coisas. Não sou certinha, não sou calma, não penso uma coisa só, meu sangue corre quente, sou da briga e quero brincar, dou risada alto, tenho explosões de alegria e fico muito, muito triste. Não deixo de chorar por falta de coragem, ou vergonha. As lágrimas pra mim são fruto de aprendizado, e sempre que elas me vêm é em momentos em que tudo está de maneira tão genuina que não há como não me comover. Passei muito tempo expressando através de palavras tudo aquilo que eu sentia, porque tinha a desculpa de que não era eu, era apenas algum personagem da minha cabeça. E assim, me enganando, deixei de ser uma pessoa defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Aliás, pelo contrário, acho que se morre de apatia. Deve ser por isso que hoje a medida das coisas muita vezes me escapa.
Me entrego. Quando o mundo fica bobo, não é nada mal se entregar assim. Por isso os sentimentos a meu ver são sempre superiores, nascem de dentro. e não há um igual ao outro.
A virtude não está em não ter deficiências, mas em querer domestica-las.
Na vida existem dois tipos de pessoas: Há os que assistem, entendiados e com medo, a vida passar pela janela, sem grandes emoções ou riscos. E há os afobados, que querem tudo. muito. e agora, que agarram a vida pelo colarinho. Cheia de hematomas, reconheço, sou do segundo time.
Na história da minha família, se errou muito por não se medir a consequencia dos atos. Grandes sofrimentos surtiram por não sabermos conter algumas coisas. Entretanto, posso afirmar com toda a certeza do mundo, que vivi cercada de gente de verdade. Então, não me culpo por meus atos de incensatez. De qualquer forma, sou de um tipo que se lança nas coisas com ímpeto e paixão. Sei que isso traz problemas, mas tenho medo de que o inveso me traga frustrações e arrependimentos.
Preciso direcionar melhor essa minha sensibilidade. "Extremos são perigosos", né?
Não sei fazer nada muito direito, mas garanto uma coisa: sou um bom investimento. Não sei hoje, mas aprendo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

palpite!

Eu sei que não sou um exemplo de bom comportamento nem tenho no currículo uma coleção de finais felizes. Eu sei que eu meto os pés pelas mãos na maioria das vezes. Eu sei que quando se trata de relacionamento, eu tenho ciúme, eu sou insegura, eu faço cena. Eu sei de tudo isso e, acredite, eu tento melhorar (apesar de não estar funcionando ainda!). Mas o que eu mais sei é que a gente só aprende dando cabeçada por aí.
Então por que é que as pessoas se acham capacitadas em dar palpites na vida das outras? Alguém me explica? Alguém me explica porque é que aquela amiga que nenhum homem suporta ela por mais de quinze dias pensa que sabe o que é melhor pro seu namoro? Ou por que aquela pessoa que já foi infiel nos seus relacionamentos quer te convencer de que existe fidelidade? Por que a gente sempre tem a fórmula mágica pra vida dos outros? Por que alguém sempre sabe nos dizer exatamente o que fazer, mas nunca faz nada direito? Faça o que eu digo, não faça o que eu faço? É isso?Você ta fazendo errado! Isso não ta certo! Não pode ser assim! Faça de tal jeito!
É só um hábito irritante que as pessoas – em especial as mulheres – têm. Ninguém ta pedindo conselho ou colocando a vida aberta para debate. A gente não está interessado em fazer como a melhor amiga faz só porque a experiência dela deu certo. Se fosse assim, a gente ouvia conselho de mãe, de vó, de tia velha e casava virgem, né?! Não. A gente faz o que a nossa cabeça manda e não o que as pessoas nos dizem. A gente quebra a cara. Sofre. Leva pé-na-bunda. Se decepciona com todo tipo de gente. Mas no final, a gente aprende alguma coisa que não aprenderia se tivesse feito tudo certo.Tudo certo demais me cansa. Muito Pollyanna pro meu gosto (aliás, que moral tem alguém cujo nome repete doze vezes a mesma letra e usa y no lugar da letra i pra parecer sofisticado?). Que graça tem alguém que machuca o dedo e não grita um palavrão? Que graça teria se a gente conseguisse tudo que quer? Se fizesse tudo conforme o manual. Se só abrisse o presente de Natal depois da meia-noite. Se tudo saísse conforme planejado. Se a gente não tivesse ciúme. Se a gente soubesse exatamente como fazer tudo. Ou se tivesse alguém pra nos dizer sempre como fazer. Não teria graça nenhuma. Não haveria inspiração pras duplas sertanejas, pros noticiários, pros blogueiros, pra Sônia Abrão ou pra Márcia Goldsmith. Não haveria dor ou poesia. Os dias chuvosos não fariam o menor sentido. O mundo não teria graça se tudo fosse perfeito e se todo mundo tivesse a resposta pro problema alheio antes mesmo do alheio ensaiar querer um conselho. Por isso, detesto que alguém dê palpite na minha vida. Deixe que eu caminhe com minhas próprias pernas curtas dando meus passos pequenos. Um de cada vez. Deixe que eu caia, levante e comece de novo se precisar. Mas, por favor, me deixe fazer sozinha. Do meu jeito errado. Se eu vou me machucar mais do que aprender alguma lição, deixe que eu descubra no final.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

mau humor!

Eu tenho um tipo de mau humor matinal particular, assim, muito meu. Não é exatamente na hora que eu acordo. Geralmente, começa depois que eu desço do ônibus, porque aí deu tempo de alguma coisa sair errada. Nesse momento eu já percebi que tô atrasada, ou que meu cabelo está horrível, ou que a minha roupa amassou no caminho, ou o motorista não abriu a porta onde eu queria, ou demorei pra achar alguma coisa na bolsa, ou estava muito quente, ou muito frio, ou qualquer merda que vai me irritar. Então desço do ônibus de mau humor, entro no trabalho de mau humor e o mau humor vai até às 10h30, com algumas variações para mais ou para menos dependendo do dia. A variação para mais pode se alongar um pouquinho, até às 18h. Mas geralmente o apice é até 10h30. Até essa hora, algumas coisas podem influenciar para piorar ou melhorar meu estado. Por exemplo, se chega uma pessoa mais mal humorada que eu, resmungando, reclamando da vida, falando mal de alguém, com muita raiva de tudo, eu acho divertido e me sinto muito melhor. Uma pessoa mal humorada é muito engraçado. Automaticamente meu humor melhora. Agooora... se chega uma pessoa superfeliz, dizendo BOOOM DIA!!!, sorrindo, emanando flores e borboletas pela respiração, aí... meu humor piora muito! Eu tenho vontade de matar essa pessoa! Bater até sangrar, pra ver se ela fica triste e o meu humor melhora. Entenderam? Mas é só até 10h30...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eu quero casar!

Casar, juntar trapos, morar junto ou qualquer outro nome que tenha significado semelhante. Como religiões não são meu forte, o fato de entrar numa igreja com vestidinho branco, limpando o chão por onde piso com um monte de gente olhando e pensando se estou cometendo uma dádiva ou afundando minha vida estão descartados. Mesmo se eu fosse, meus botões conservadores diriam que, como sei o que é bom da vida, não deveria casar de branco e como aprecio algumas "medievalices", a idéia de casar de outra cor muito me agrada. Como a igreja é algo que está fora de cogitação, gostaria que fosse em um lugar aberto. Um sítio, se possível, bem verde e sem cavalos pastando, afinal eu não acredito que pisar em esterco traga boa sorte. Quero uma decoração cinematográfica, cheio de flores roxas e amarelas e um monte de tralhas espalhadas num espaço que seria um altar, mesmo que simbólicamente, pois não conheço outro lugar para os noivos ficarem durante a tal cerimônia. Quanto à música da entrada, gostaria que fosse algo que saísse do trivial, mas nada vem em minha mente até agora. Depois da cerimônia, teria um banquete digno de uma rainha pois acho que uma noiva merece, mesmo que só por um dia, afinal o arroz-com-feijão será o cardápio de muitos outros. Depois do banquete teria uma banda decente, tocando musica decente até horas impróprias para pequenas crianças. Será uma noite inesquecível, mas...Se o casamento é uma união, significa que há mais de uma pessoa envolvida, no caso, o noivo. Mas e se ele não quiser? E se não fizer parte dos sonhos azuis dele? (afinal, só garotinhas e alguns gays tem sonhos cor-de-rosa) E se não fizer parte dos planos futuros? E aí, como fica? Não fica. E este é um dos grandes problemas de um relacionamento a dois. Neste caso, o que está em jogo é apenas um ritual de passagem, que pode ser resolvido com a transferência de duas pessoas para um espaço em comum e, talvez, a assinatura de um papel para documentar tal feito. Ou nada disso. Porém, a questão vai mais além.
Acredito que para um relacionamento durar são necessárias algumas coisas como afinidade, admiração, carinho, atração, entre outras coisas, mas principalmente, vejo que é importante ter planos em comum. Afinal, se você está com uma pessoa e realmente gosta e quer passar um bom tempo com ela, significa que ela tem de estar em seus planos, certo? Eu acho que sim. (Não vou entrar na questão financeira para não assassinar o pensamento por aqui.) Isso não significa que não possam ficar namorando para o resto da vida e cada um morar em sua respectiva casa. Pode ser legal também, porque não? Desde que seja de comum acordo. A questão é que num relacionamento o egoísmo deve ser banido da história. Pensar apenas nas suas vontades, nos seus planos, principalmente naqueles que interferem diretamente na vida de outra pessoa, é algo que deveria estar fora de cogitação, mas na verdade, nem sempre isto acontece. O ser humano tende a ser egoísta e aceitar apenas o que lhe convém, porém, esquece que dentro de um relacionamento, existe a outra parte e onde começa a liberdade de um, acaba a do outro. Quando o respeito pelo outro é ignorado é um sinal de que ali não existe mais um relacionamento. E quando percebe isso, já se está com vários planos que excluem o outro e depois pensa: quando isso começou?A resposta tende a ser complicada. Tem relacionamento que já nasce morto, pois as diferenças são tão gritantes que é quase impossível ter algo em comum. Geralmente estes relacionamentos começam baseados em sexo ou alguma razão superficial. Outros morrem com o tempo, pois algumas pessoas "mudam" ou percebem que o que viam não era o que estava sendo exposto. A paixão tende a cegar em alguns casos. E há outras situações que não convém discorrer aqui. Mas a questão é que por mais que deixemos o relacionamento fluir com as águas é necessário estar sempre atento para que a embarcação não afunde. E como são duas pessoas no barco, é necessário que conversem para tentar salvar o que resta, antes que morram afogados. Tem uma frase: "Viva com alguém que você goste de conversar pois com o tempo é a única coisa que irá fazer". Diálogo é fundamental. Essencial para que não seja necessário parar para discutir o futuro da relação e não brigarem pelo tempero da comida no jantar por não saber do que o outro gosta. Amar é algo tão simples que a gente faz questão de complicar.
Agora, se vou me casar, eu não sei, mas que íamos curtir a festa, isso eu tenho certeza.

domingo, 7 de junho de 2009

Idiotas..

Tem um comercial que falava: O amor te deixa idiota.
é, então, pode até ser. é um ponto de vista aceitavel num momento confuso e inverso que estamos vivendo agora.
É idiotice mesmo querer uma pessoa só. é idiotice mesmo se declarar. é idiotice mesmo pensar em romance, história e casamento. é idiotice mesmo pixar o muro ou o poste da rua de quem você ama. é idiotice fazer serenata de amor de madrugada. é idiotice sonhar com um amor para a vida toda. é idiotice trocar a balada por um filminho a dois. é idiotice beijar uma boca só e fazer sexo com uma pessoa só. é idiotice se dedicar, se envolver e interagir com uma pessoa só. é idiotice e vem se tornando cada vez mais idiota planejar um futuro bonito num presente tão urgente, efemero e escroto como o nosso.
Mas, sinceramente, idiota pra mim é toda essa tribo liberal, descolada e moderninha. idiota pra mim é você usar uma máscara que mal cabe na sua cara. idiota pra mim é você sair de casa por obrigação, por não se aguentar, por ter que ir, por ter que bater ponto e por não estar afim. idiota pra mim é você beijar nove pessoas, transar com oito e não gostar de nenhuma delas. idiota pra mim é você ficar pagando de dificil. idiota pra mim é você se achar o máximo dar end na cara das pessoas que te ligam. idiota pra mim é você se contentar com os 1372839 scraps do orkut que não dizem nada e não acrescentam porra nenhuma na sua vida. idiota pra mim é você ter a agenda cheia e o coração vazio, é conhecer muitas pessoas e não ter ninguém pra te dar boa noite.
Ser idiota pra mim é tudo isso. é você não insistir. é você não persistir. é você não pagar o preço e lutar pelos seus sonhos. Idéias e ideias. isso é que é ser verdadeiramente idiota.
Oi, Amor! Onde quer que você esteja, anote meu recado. Precisamos de mais pessoas VERDADEIRAMENTE idiotas nesse mundo. Precisamos de mais gente pixando frases de amor nas ruas. Precisamos de casais se beijando em baixo de chuva, ou no meio da rua de alguma tarde qualquer. Precisamos de mais romances fazendo bonito, enfeitando as horas e colorindo o ar que a gente respira. Precisamos de mais gentileza, poesia e sinceridade. Precisamos de mais bebês e crianças jorrando ternura, pureza e inocência em nossas vidas. Precisamos sim. Precisamos mesmo. E é pra ontém. Precisamos de mais arrepios, mais sentimentos e menos razão. Precisamos do olho no olho, do beijo e do abraço.

sábado, 6 de junho de 2009

né?

O ócio sempre foi uma coisa que me motivou, tipo, muito. sempre gostei de não fazer nada.
então tipo, não faço nada o dia inteiro. fico andando de jeito estranho, segurando a barriga, por causa dos pontos. quer dizer, andar devagar a pé eu preciso segurar a barriga. pegar o carro do namorado e passar nos buracos tá blz. acho que meu senso de julgamento tá meio estranho.
E eu tento fazer um ócio criativo, penso: escreva no blog, Kenia. o namorado diz: escreva. o colega diz: escreve no blog, Kenia. eu digo: escreva em algum lugar, Kenia. Mas então, não consigo. o ato de escrever, por agora, se tornou algo extremamente dificil. não sei se por falta de vontade, acho que sim, não tenho vontade. acho que minha percepção esteja num outro foco. fico lembrando de textos antigos, uns apaixonados, outros revoltados, outros engraçados. textos que tentei retratar um momento, ou sentimentos ou buscar explicações para tantas perguntas sem respostas.
minha vontade de escrever hoje é apenas vaidade. queria escrever como antes. mas, para escrever como antes, preciso ser a pessoa de antes. não sinto saudade de nada do que já fui, nem da liberdade de ser quem quiser. também não sinto saudade de ninguém.
não tenho mais o que dizer. não mais sobre mim. não importa se é branco, se é preto, se é rosa, se é verde. não importa o porquê da porrada. Foda-se, entende? Não faz diferença. a previsão do tempo não vai mudar se você chorar. acostume-se com a chuva. ou não, porque também não vai fazer diferença.

Mas, assim... tamos ai!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

...

Do que você tem medo? quando me perguntam isso eu fico pensando. não sou cleptomaníaca, viciada em drogas ou autodestrutiva, não tenho pânico noturno nem diurno, não ando nem mesmo triste.
existem um monte de coisas que tem voltado ultimamente, coisas que talvez eu nunca tenha falado abertamente, estou sentido o constragimento dos iniciantes. gostaria de escrever de uma maneira simples, fácil de entender. mas não sei quais os fios da meada devo desnrolar primeiro, se falar aleatoriamente ajuda, ou se devo dar uma ordem cronológica aos fatos. Embora, eu ache que a própria cronologia é um obstaculo pra mim, as vezes tenho a impressão de estar vivendo de trás pra frente. Normalmente as pessoas são infantis e depois amadurecem. são questionadoras e depois encontram as respostas que lhe servem. comigo não tem sido assim. há muitas bifurcações num caminho que deveria ser reto. eu vou e volto. vou pra esquerda e pra direita. avanço e retrocedo. não que isso me incomode, sinto até um certo prazer em me perder de vez enquando. o que dói, talvez, seja essa mania de querer competir com o tempo...e vencê-lo.
Fui uma criança adolescente incompleta, faltou-me uma dona. alguém que me desse licença pra ir brincar. Quando a coisa toda estorou, eu, que tinha todos os motivos para sofrer, dispensei a chance. Se sofrer era tudo que esperavam de im, eu surpreendi sendo madura antes da hora, evitando dar trabalho. De tanto esforço para não dar trabalho, de tanta vontade que eu tinha de ser adulta, de tantas ausências ao meu redor, forcei uma precocidade e resolvi me salvar sozinha. Acreditei realmente que poderia e aquilo se tornou real. substitui a fantasia pela crença em gente grande. cresci antes do tempo, pela oportunidade oferecida. abdiquei do papel de coitadinha, foi como se todo o lote de sofrimento que eu tinha pra gastar durante um periodo fosse entregue de uma só vez, e isso fosse um presente e não um boicote a minha inocência. Pensava: melhor assim. Depois disso, nada mais de ruim poderia me acontecer. Fui subtraida e fui grata ao mesmo tempo.
Acho que agora eu ando sentindo a sensação de desamparo que evitei a vida toda de forma tão arrogante.