quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Agora eu tô literalmente morando sozinha.
Morar sozinha é um eterno exercício de conviver com a falta das coisas. Falta comida na geladeira, falta Veja Multiuso, falta Perfex e falta gelo no congelador. Faltam coisas que a gente, simplesmente, esquece de comprar. Só que, tem dias, como as tardes de fins de semana por exemplo, que faltam muito mais coisas do que essas que a gente simplesmente esquece de comprar. Falta a conversa com a melhor amiga de infância que não está aqui mais, falta o colo da mãe, falta o pai instalando fios pela casa e consertando o DVD, falta a briga com a irmã mais novo, falta o conselho da avó, falta latido de cachorro na varanda, falta o carinho do namorado, falta aquele filme tosco com edredom no sofá da sala.
Quem mora sozinha, às vezes, se sente a pessoa mais triste do mundo. Mas não é tristeza. É só saudade. Como já disse Martha Medeiros, “saudade é (...) não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche” e eu digo mais. É não saber o que fazer com as tardes de domingo que nunca terminam. As tardes de domingo, quando cada um está na sua casa, com sua família, com seu namorado e, você está na sua casa, com sua TV e o seu computador tentando destrair a cabeça. Morar sozinha é nunca ter almoço em casa. Ninguém cozinha pra uma pessoa só. Guardar o resto da comida? Nem pensar. Duraria uma eternidade na geladeira. Quem mora sozinha não pode ter nunca a geladeira cheia (aprendi recentemente). Tudo estraga. Experiente comprar um queijo Minas, por exemplo. E a penca de bananas? De cada doze, você come duas e o resto joga fora. Preta.
Morar sozinha é almoçar em vários lugares e não na sua casa. É ligar, às duas da tarde, para a amiga que está almoçando com os pais, e para uma outra, que está com o namorado. E você, comendo miojo porque é fácil de fazer, não suja muita coisa e não precisa jogar fora. É ter que fazer supermercado e dar aquela “ajeitada” na casa que está de cabeça pra baixo e você não faz a mínima idéia de quem bagunçou aquilo tudo!
É voltar pra casa sozinha, chorando, depois de achar que ninguém reconhece nada. Chorar sentada na beirada da cama, deitar e dormir.
Viver sozinha é aprender a dar valor às coisas simples da vida: o cheiro de quem a gente gosta, a conversa jogada fora, a crise de riso (por um motivo que nenhuma outra pessoa no mundo acharia graça), o abraço de quem não volta mais, a tarde na beira da piscina, os pés embolados debaixo do edredom, o socorro à 1h30 da manhã de terça-feira quando você não tinha forças nem pra se levantar. Morar sozinha é aprender a conviver com sua própria companhia e ter que gostar dela. Mesmo quando ela está triste nas tardes de domingo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cazuza

Ando numas de ouvir Cazuza. "Porque eu preciso dizer que te amo... te ganhar ou perder sem engano...". Não é de hoje. Sempre escuto quando preciso ficar introspectiva. ou quando não tô enxergando muito o fim do túnel. Nele busco repostas pra tantas perguntas. E há muito tempo compartilho com "ele" aquilo que mais o coração diz. Todo amor, todo ódio, toda frustração e toda coragem que somos capazes. Sou forte e desequilibrada emocionalmente. Eu sei. Sei dizer sim, sei dizer não, sei gritar, morder, assumir e culpar os outros pelos meus erros.
Mas hoje, querido Cazuza, devo dizer que não aceito mais mentiras sinceras, porque cansei das verdades do amanhã. Meus heróis não podem mais morrer de overdose… Preciso de heróis mais fortes que eu. Quero fazer parte da burguesia. Não quero mais ser pão de ninguém. O exagero me desequilibra, e no final do dia eu só consigo sentir cansaço.
A gente cresce e aprende que só somos livres para nos descuidar quando somos sozinhos no mundo. As obrigações e equilíbrio nos condiciona.
Ainda quero um amor tranqüilo com sabor de fruta mordida, e noites que nunca têm fim. Ainda finjo que perdoei, e ainda tento ser amiga sem rancor. Mas o que eu quero mesmo, e tenho, é todo amor que há nessa vida.
Beijos,
Obrigada por me entender, mas ando buscando alguém para me explicar

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sou filha única de pai e mãe iguais e meio que a única mulher que sobrou por aqui. Fui educada por meu pai sempre com muito cuidado e com carinho, mas com uma certa rigorosidade saudável. Hoje vejo que foi saudável pois sei a diferença que fez a educação que meu pai me deu, mas já sofri muito com palavras duras, coisas de pai.
Tenho dois primos muito diferentes um do outro. O mais velho já foi meu melhor amigo. O tempo passou, mudei, ele mudou.

O fato é que "lá em casa" todos somos muito independentes, fomos educados assim. Cada um por sí, mas sem jamais se esquecer de principios básicos; a família é a base de tudo e quando a 'coisa aperta', são as únicas pessoas que vão nos amar independente de tudo e todos, estejamos certos ou errados. Eu os amo muito e nunca tive uma oportunidade ideal para demonstrar o tamanho desse amor a eles. O dia-a-dia nos consome e acabamos deixando passar oportunidades bobas, gestos de amor incondicional para aqueles que, verdadeiramente, nos são importantes. Acho que todos nós somos assim, muito ou pouco, escondemos amor de quem mais precisa. Essa educação formadora de filhos independentes que meu pai me deu é uma das grandes responsáveis por fazer com que eu seja o que eu sou, quem sou e como sou. Essa criação com meus primos também ajudou muito. Sei o que é Atari, Mega Drive, Super Nintendo, Futebol de botão, Alien's Playhouse, Ice Mc, Lego, Bon Jovi... tudo por influência deles. E aprendi a não ser fresca, não ser egoísta, não ser mais uma filhinha mimada insuportável.
Sim, eu sou mimada. Mas sou mimada no seguinte aspecto: gosto de carinho e faço charminho pra ganhar atenção. Não sou dessas mimadas que fazem questão de camisetinha Lacoste, caviar e champagne. Será que dá pra entender metafóricamente assim? Espero que sim.
A minha 'mimadez' me faz querer as coisas e lutar por elas. Se um namorado não age da maneira como eu gosto, eu falo, eu peço, eu mostro o caminho pra que seja daquele jeito ou - no minimo - semelhante. Respeito as limitações de cada um, óbvio, desde que não me prejudiquem. Sou uma mimada que exige carinho sem machucar, apenas me sinto no direito, pois quando amo dou o meu melhor.
Minha independência e desprendimento com uma dose de coragem são os combustiveis vitais que me mantém "longe" de casa. Desprendimento porque não é fácil ver meu pai e sua familia viajando e tirando fotografias que ficarão guardadas pra sempre, e você não estar lá pra ficar pra sempre sorrindo nas fotografias. Isso já me doeu muito. E a coragem é por enfrentar o desconhecido, os riscos.
Portanto...Por eu nunca ter sido fresca, enjoada e verdadeiramente mimada, as pessoas tendem a me sobrecarregar e agir de uma forma que eu, na maioria das vezes, não gosto. Tá. É legal ser desencanadinha, moderninha, independentezinha... mas pô, eu sou mulher! Sim! Eu escolhi sair de casa, escolhi isso pra mim, eu sou muito feliz com tudo que me é dado, mesmo! Portanto quando eu chego em casa, quando estou entre amigos, irmãos, namorado, eu quero ser a mulherzinha, quero sentir minha fragilidade e aceita-la. Quero não ter que carregar coisas pesadas e nem o peso que vêm implícito dentro delas. O peso da solidão que muitas dessas escolhas me traz. É dificil entender. Mas, hoje consigo ver que é uma solidão compensativa. Eu escolho, eu luto pelo que eu acredito, eu sonho. Apenas é de se entender que não ter pra quem dividir isso é ruim demais.
Adoro todas as caracteristicas masculinas - de independencia e força - que tenho. Mas sabe... "ser homem" muitas vezes me cansa. Hoje eu só precisava sentir minha fragilidade feminina. Hoje eu só precisava reconhecer que eu também preciso de atenção e cuidados. Hoje eu só precisava de alguém pra dividir comigo o peso da minha "mala" tão pesada.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Já que todo mundo nessa época do ano está relembrando a infância eu também resolvi entrar nessa. Até os sei lá.. 7 anos minha vida foi sussa, mas graças ao talento maternal nato da minha mãe eu tenho alguns traumas que duram até hoje. Aqui estão os 2 piores, em ordem aleatória:

Trama numero 1

Eu sempre gostei de moedas. Curtia o barulho, o brilho e como sempre parecia que você tinha muito dinheiro. Todos os familiares e entes queridos sabiam disso e viviam me dando o troco da padaria ou qualquer moedinha que sobrava. Mais que isso, eu tinha uma coleção de moedas velhas. Um belo dia minha mãe sumiu com todas as moedas, é todas aquelas que eu passava dias contando fortuna. Mamãe jurou ter se confundido com as moedas e prometeu refazer minha coleção.
Estou esperando até hoje.Sabe o que é pior? Na época eu acreditei. Eu, do fundo do meu coração, acreditei que minha mãe - que me via contar as moedas não sabia que as moedas muito queridas e era minha coleção linda. Crueldade pura e simples.


Trauma numero 2

Um trauma que eu carrego até hoje é o de quebrar/perder coisas. Eu sempre sofri com uma certa falta de jeito generalizada e minha mãe carinhosamente me chamava de DESTRUIDORA. Não tenho nem palavras para descrever como é gostoso quebrar sua boneca favorita acidentalmente e ouvir "também, DESTRUIDORA do jeito que é". Enfim.
Um dia a gente estava no circo e eu queria um daquele palhaços que ficavam dentro de um cone e quando você puxava uma vareta ele saía com os bracinhos para fora. Ela disse que não porque eu era DESTRUIDORA e ia quebrar o palhacinho antes de chegar em casa. Eu disse que não, que ia amar o palhacinho para o resto da vida e que nunca deixaria nada de ruim acontecer com ele e coisa e tal. Mamãe, toda trabalhada na psicologia infantil, disse que tudo bem mas com uma condição: se eu quebrasse o palhaço nunca mais ganharia presente nenhum. Eu aceitei. E por aí você vê como eu queria esse palhaço, visto que arrisquei todos os presentes do resto da vida por ele. Beleza. O tempo passou e eu realmente não deixei nada de ruim acontecer com meu amado palhacinho. Quando não estava brincando com ele guardava numa caixa de sapatos embaixo da cama e sempre dava uma conferida nele antes de dormir para ver se estava tudo bem.
Eis que um dia eu abri a caixa e o palhacinho TINHA SUMIDO. Fiquei desesperada e quase liguei até no 190 para perguntar se alguém tinha visto meu palhaço. Quando contei o ocorrido eu levei um puta esporro, fui chamada de DESTRUIDORA. Ganhei outros presentes, óbvio. Mas anos depois descobri que foi MINHA PRÓPRIA MÃE que sumiu com o palhaço. Ele já estava todo sujo então ela jogou fora. E não me contou. E me chamou de DESTRUIDORA por um lance que ELA fez.
Ruindade no coração: a gente se vê por aqui.
Até hoje ouço um DESTRUIDORA ecoando quando quebro ou perco alguma coisa.

Nisso tem outros que não cabe mais escrever aqui. E é isso ae, pessoal. Feliz fim de ano pra vocês e acreditem na amnésia dos seus filhos ou eles correm o risco de acabar como eu.
Abraços.
Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que havia muitas coisas pra fazer, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro trabalho – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa, ouvir uma música animada e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga nestas noites quentes de verão e não me importa que mil raios partam qualquer sentido vago da razão eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música.
Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais.
Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Alguém entra na sua casa, rouba suas coisas, agride você. Esse alguém cometeu, de uma só vez, vários crimes. Previstos em vários artigos da Constituição.
Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, destrói sua confiança, agride sua auto-estima, estilhaça o pouco que resta da sua confiança no amor. E sai ileso. Mas não seria esse o pior crime que alguém pode cometer com outra pessoa?
Agressão só é penalizada quando alguém encosta a mão em alguém? Como se pune quem causa uma ferida que não está exposta? Acredito que tomar uma surra de um boxeador deve doer menos do que ser esculaxado. A dor física passa em algumas horas ou, em casos mais graves, alguns dias. Pra dor física existe remédio. Pras feridas, existe curativo. Mas quem cura a dor de um coração destruído? Como se cura a dor de uma confiança perdida? O que fazer com as feridas cravadas no coração de uma pessoa que sai na rua descrente do mundo? Como penalizar o agressor que, sem usar mãos, armas ou objetos cortantes e pontiagudos, causou ferimentos graves em alguém? Por que ninguem previu isso na lei?
As pessoas lotam consultórios psiquiátricos, se entorpecem de remédios para a ansiedade, pra depressão, pra pressão, pra dormir, pra acordar. Remédio pra viver. Pra fazer viver quem quer morrer. Pro que não tem remédio. Pra dor que não passa. Pra ferida que ninguem vê. Vãs tentativas de resolver o caos interno. As pessoas tentam remediar uma dor que parece nunca ter fim, que vem de dentro. Bem fundo.
Entendo perfeitamente crimes passionais. Entendo perfeitamente quando minha amiga diz que não consegue mais conversar com o ex-namorado porque tem vontade de bater nele. Entendo meu amigo que diz que preferia ver a namorada morta do que com outro. Sinceramente, entendo. Quando alguém te machuca, te decepciona, te magoa, a dor é tão grande que você quer agredir a pessoa de volta.
Você se sente impotente, enganado, ferido. Frustrado. Dà vontade de sumir. Tudo desaba na sua frente. Você sente que perdeu seu tempo, sua vida, sua auto-estima, suas forças. E qual a pena pro agressor? Qual a pena pra alguém que entrou na sua vida, na sua casa, nos seus sonhos, nos seus planos e, num piscar de olhos, destruiu tudo como se tivesse esse direito?
O que sempre penso e falo com meus amigos é que vingança não é remédio. Nem fazer justiça com as próprias mãos. O tempo se encarrega disso.
Acreditam que as pessoas que usam da confiança e boa vontade das outras nunca vão se dar bem na vida. Ou não vão ser felizes. Ou nunca vão conseguir amar de verdade. Ou não mereciam a gente. Ou que a gente deve agradecer por ter se livrado de um encosto. Ou sei lá o quê! Nunca fui boa conselheira.
Talvez essas sejam as formas da vida punir quem brinca com o coração dos outros.
Não sei mesmo.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Lipoaspiração.

Cirurgia de Lipoaspiração?
Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém pra falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém tá percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obcessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é a auto imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridiculo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de policia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada alem da imagem, imagem, imagem, imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição politica. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparencia legal, mas...
Uma sociedade de adolescentes anorexas e bulimicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto. Que alguem acorde. Que o mundo mude!
Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.


"Cuide bem do seu amor, seja quem for"



O texto não é meu, mas é interessante pensar sobre esse aspecto, hoje é tudo muito aritificial, inclusive, a gente.
Todo mundo pensa em deixar um planeta melhor para os filhos... quando é que se pensará em deixar filhos melhores para o nosso planeta?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

o mundo é estranho!

Minha amiga conheceu este moço no carnaval. Tá bom que já começou meio estranho, porque grandes amores da vida geralmente não são encontrados no carnaval, porém, existem várias excessões. Ok, ficaram e tudo certo. Depois de um papinho, quis o destino que eles ficassem juntos. Acontece que o moço é um tanto mais novo, se os mais velhos já dão problema... imagine os mais novos. Mas, eu pensava que isso passaria e que ela ia cair na real, efeitos do álcool, isso acontece. Mas isso não aconteceu e eles continuaram namorando. Entre altos e baixos - mais baixos do que altos. Entretanto, imaginei que o palhacinho em questão fosse ser um pouco mais... gente.
Durante todo o namoro, ele sempre ficava em dúvida, em relação a idade dele, a não ter "aproveitado", se bem que, na rua onde eu moro isso tem outro nome, enrolação, mas né? eu sou chata, mundaaaaaaaana, não sei reconhecer um grande amor (era o que me dizia) então, fiquei na minha. Não desmerecendo (mais ainda) o moço, ele sempre deixou claro a dúvida sobre a continuidade e o futuro da relação. Justo. O cabra foi honesto (ao menos nisso). Minha amiga, ciente da situação, ainda que ansiosa, deixou o moço correr solto. Engolia (opa!) algumas situações estranhas, aceitava algumas criancisesse e foi caminhano e cantando e seguindo a canção. O palhacinho era fofo, fofo... E eu sabia que minha amiga tendia a sentir uma certa paixonite, e pedi várias vezes para que ela mantivesse a cautela. Nada de forçar a barra. Falar é Fácil? É. É fácil colocar em prática? Não. Mas é que tava ali, escancarado.
Mas apesar de todos os pesares, o mocinho prometia. Educadinho, dizia até que sentia a falta dela. Prometia, não prometia? Mas ó .. um dia o palhacinho ligou e disse que não queria mais. Desgostou. Depois de 9 meses namorando, amando, sentindo falta. Depois de todo um fim de semana bonitinho. Todo o amor sumiu. Evaporou no ar.
Ela sentiu, mas não foi falar. Não queria ligar para não passar aquele recibão de quem está correndo atrás. E nada acontecia. Ela sucumbiu a um certo baixo astral. Quem é que não ficaria?
Segunda: Oi, meu namorado me ama. Terça: Alo? Namorado? Não, ele não gosta mais de mim.
Confude a cabeça de qualquer pessoa. Ela deu uma baqueada. Não querer compromisso é uma coisa. Ser mal educado é outra.
Ele ainda disse algo como "vai ser melhor assim". Quase um "guarde boas lembranças minhas.
Mas é claro .. você não guardaria? Eu com certeza guardaria. Boas lembranças de alguém que não tem um pingo de consideração e some e termina por telefone como um covarde. Alguém que se esconde por detrás do próprio medo de não agir como um adulto e sentar para conversar. Alguém que ignora uma pessoa que sempre o tratou bem e que dele não esperou muita coisa.
Você não guardaria?
E essas lembranças não ficariam ainda melhores quando você recebesse um telefonema, dizendo que não gosta mais, que não quer mais, um telefonema que você não pediu, posto que não fez nada para que ele acontecesse, falando que ele é muito novo pra se envolver, tipo esfregando na sua cara talvez uma auto-afirmação masculina.
Alguns homens (se é que esse termo pode ser usado nesse caso) me surpreendem pelo requinte de crueldade com que fazem suas cagadas. Não basta terminar por telefone. Não basta cagar pros sentimentos de uma pessoa com que dias atrás você estava namorando e bajulando. Não basta. É preciso humilhar, vangloriar-se de mais uma conquista. Dizer o quanto você é foda ou quanto você é legal por isso, porque ao menos você se justifica e explica que né? depois de 9 meses, do nada você percebeu que não gosta e que quer curtir, como se os ressentimentos (de que?) fossem esquecidos.
Nada disso basta. Se não serve para o prazer sexual, pouco serve para ser amigo ou partilhar alguns momentos de convivência.
Minha amiga está triste. E não tiro a razão dela. Não triste por ter gostado de alguém tão babaca. Mas triste por constatar que as pessoas são de fato muitos estranhas e que há ações totalmente desnecessárias. Bastava um simples: "Vamos conversar pessoalmente, as coisas não andam bem".
Mas não, talvez ele precisasse dispensar logo e ser bem estupido para que ela perca as esperanças. Mas, pergunto, esperanças de que??

É muita elegância para a minha pessoa. Será que eu estou sendo apocalítica? Será mesmo? Não sei. Queria até ter feito um post engraçadinho, mas tô sem saco. Acho que as vezes a gente tem que pegar um pouco pesado ou refletir sobre o que ouvimos ou escrevemos. Ninguém é perfeito e invariavelmente fazemos uma cagada na vida. Magoamos alguém, traímos. Mas assim de forma tão fácil e despretensiosa, me assusta um pouco.

Acho que todos nós em algum momento da vida temos o direito de nos chocar com atitudes escrotas do ser humano.
Ou não?
E infelizmente, pelo que eu pude perceber, a grande maioria dos homens são assim . Talvez eles se mereçam. Sejamos insensíveis ao ser humano e seja lá o que Deus quiser.
Acredito que todos nós temos o direito de gostar de alguém. Alimentar ou não esperanças de desfrutar bons momentos de prazer, seja qual for, ao lado de alguém. Não é errado. Pelo menos no mundo onde eu vivo. E se isso não acontece, somos humanos e podemos nos desapontar.

Mas é necessário ser covarde?
E, vem cá, por que eu tenho que achar bonito???
Eu sei que a matemática de um relacionamento amoroso é assim: algumas vezes entramos com o pé e em outras, com a bunda. Mas, tem gente que não tem a sensibilidade de amaciar o chute.
Email é covardia. Mensagem é covardia. Msn é covardia. Telefone é covardia.
Só que infelizmente o mundo tá infestado de gente sem noção e covarde, portanto, não tem como se proteger desses chutes. Um deles, pelo menos, todo mundo já levou. Dizer que está confuso, que não é um momento certo para um relacionamento sério, que você é boa demais pra ele, que precisa de tempo para refletir, que é jovem e precisa curtir é BALELA.
Independente do motivo, é sempre dificil e doloroso terminar com quem gosta de gente. Mas isso não justifica fazer com os outros o que não gostaria que fizessem com você (lembra dos conselhos da mamãe?)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Paz

Uma das grandes sensações que alguém pode experimentar nesta vida é a de paz. Paz consigo mesmo, com o mundo e com as pessoas que fazem parte da sua vida. A paixão não é um sentimento que traz paz pra ninguém. Ela te tira do prumo, deixa seu coração acelerado e suas mãos suadas. Paixão e medo caminham lado a lado. O medo também te tira do prumo, deixa seu coração acelerado e suas mãos suadas. Uma pessoa apaixonada quer o outro tanto tanto tanto que tem medo de perder. Ainda que ela não se dê conta disso, o medo de perder existe quando se está apaixonado. A paixão não traz paz. É um sentimento passageiro, perturbador. Arrasa corações. A sensação de paz, ao contrário do que muita gente imagina, não é uma sensação morna, neutra ou de que nada acontece. Ao contrário. As coisas acontecem, mas elas andam no ritmo certo. Não tem nenhum Deus nos acuda, o mundo não vai acabar amanhã e, se for, não há nada que alguém possa fazer (portanto, não há afobação!).
Paz é uma sensação de que (como alguém já disse antes) a direção é mais importante que a velocidade – e uma ligeira desconfiança de que a direção está certa. Paz é quando o mundo não precisa parar pra você descer, pois você pode descer a qualquer momento e tem total controle da situação. Paz é ter a cabeça vazia diante de uma estrada que não tem fim. Paz é colocar sua cabeça no travesseiro à noite e dormir com a certeza de que você não enganou ninguém, não mentiu pra conseguir nenhuma vantagem ou usou de alguma forma ilícita pra conquistar alguma coisa ou alguém. Você tem a nítida sensação do que é paz quando você não busca a felicidade em cada coisa que faz ou em cada lugar que vai. Paz é quando você está na hora certa e no lugar certo simplesmente porque você acha que aquela hora e aquele lugar são certos pra você estar. Paz é querer aquela pessoa que também te quer e, se um dia uma das partes não quiser mais, tudo bem. Você também vai estar em paz pois não precisa de outra pessoa pra viver. Paz é estar feliz com sua própria companhia assistindo filme sexta-feira à noite. Paz é uma sensação interna de que sua busca não acabou mas que ela não acaba quando você encontra. Paz é não ter saudade do passado. Ou ter, mas viver em harmonia com ele. É não esperar pelo futuro com se ele existisse porque, na verdade, o futuro acaba no exato momento que começa. Paz é a sensação de que tudo vai dar certo e, se não der, você terá outra chance. Paz é um cachorro te olhando nos olhos.Paz é uma sensação de dever cumprido. De uma obra entregue no prazo. De fiz meu melhor. Paz é o final de um espetáculo de teatro depois que as cortinas se fecham. Paz é um par de olhinhos te olhando com admiração e respeito. Paz é uma sensação para poucos, mas aqueles que a experimentam não trocam por nenhuma outra sensação do mundo que possa se acabar num piscar de olhos. Se eu pudesse dar uma fórmula mágica da paz em um texto, eu daria. Mas, por enquanto só posso descrever um pouco do que estou conhecendo. Que não é quente, não é frio e muito menos morno. É leve, é novo, é seguro. Paixão, como eu ia dizendo, tem muito mais a ver com medo do que com amor. O amor é leve. É maduro. É terra firme de se pisar. A sensação de paz é um sentimento tão nobre quanto o amor, só que mais apurado.
A paz é sublime.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Deus...

Hoje de manhã, vi um menininho, é bem novinho, vendendo as coisas aqui na frente. Bom, isso é o mais fácil de ver pra quem mora em Rio Preto. Sempre quando me deparo com esse tipo de situação sinto um misto de tristeza e esperança. Uma mistura de tristeza com a pobreza do mundo e de esperança por ver que existem pessoas boas, que colaboram com mendingos dando roupa, alimentação....
Cenas como essa me cortam o coração. É muito fácil acreditar em Deus quando você dorme numa cama quente, anda de carro com ar-condicionado que seus pais te deram e mora num prédio com lavanderia cujo condomínio é maior que o salário de uma família inteira. É muito fácil rezar e agradecer a Deus por tudo que você tem quando você tem tudo que quer. Agora, tente explicar o que isso pra alguém que não tem o que comer. Pra quem perdeu casa, dignidade e família numa enchente. Tente explicar como Deus é bom pro menino que nasceu na favela e viu a mãe morrer com um tiro na cabeça. Tenho certeza de que ele se pergunta "Será que Deus gosta mais deles do que de mim?". "Será que Deus gosta menos daquele pai com a criança na porta do self-service segurando uma vasilha sem comida e esperando sua vez de comer?" "Será que Deus gosta mais dos filhos da Angelina Jolie do que dos filhos da mulher que dorme embaixo da ponte?" Hoje de manhã, olhando praquela miséria toda, cheguei a falar em voz baixa: Deus, você tá vendo isso? E então percebi que o inferno é aqui mesmo, na Terra. E enquanto milhares de boas almas se mobilizam para ajudar como podem, as pessoas agradecem a Deus a ajuda recebida. Chamamos de Deus as bênçãos que recebemos.
Deus existe sim. Nas pequenas coisas. Nas ações e sentimentos bons. Só que mais importante que ir à missa ou subir a escada da catedral de joelhos é sermos humanos. Tem muita gente que faz promessa pra arrumar namorado e em troca, fica um ano sem comer chocolate. O que ficar um ano sem chocolate vai ajudar o mundo? Isso é pra Deus ou pra cintura de quem fez a promessa? Enquanto cada um estiver voltado pro próprio umbigo, não há Deus que dê conta do mundo. Quando cada um fizer sua parte, ajudar como pode, pensar mais no outro, se doar mais, vamos olhar pro lado todo dia e saber exatamente onde Deus está. Em cada um de nós.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Olha, ando meio sem assunto e essa chuva não colabora com o humor de ninguém. Daí que eu li que eu estava num mês ruim, de crise astral. Olha, se tem um lance que me deprime é ficar sabendo dessas coisas depois. Quer dizer, o certo seriam nos avisar que vai rolar uma crise astral pra gente já ficar esperta. Mas não, tudo surpresa. Meu inferno astral funcionou mais ou menos assim (bom, inferno astral é meio que um modo de arrumar desculpa pro mês tenebroso que foi agosto, porque, as vezes eu fico meio irritada com os astros e começo a achar que astrologia é coisa de retardado)

Primeira semana: INTOLERÂNCIA. Todo mundo é imbecil.

Segunda semana: MAIS INTOLERÂNCIA. Só eu sei. É do meu jeito e acabou, porque todo mundo é imbecil...

Terceira semana: PONDERAÇÃO. Começo a pensar nos rumos da minha vida.

Quarta semana: DEPRESSÃO MORTAL. Eu sou uma bosta, minha vida é uma bosta, o mundo é uma bosta.
E o legal da quarta semana é que caiu no fim de agosto, quando tava aquela chuvinha gostosa boa pra cortar os pulsos e deixar o sangue escorrer na enxurrada.
Mas tudo isso passou e agora tudo tá bem, exceto alguns detalhes como meu salário, fui fazer uma analise financeira e bom.... Não quero falar de valores para não ser indelicada, mas digamos que eu tenho um sexto do que achei que tinha. Mas, não é motivo para tristeza porque o fato de eu ter chegado VIVA e relativamente BEM aos 21 anos é algo que merece ser celebrado.
Agora, passada a TPM Astral eu voltei a escrever aqui! quer dizer, vou tentar. prometo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sou incrivelmente desastrada, vivo com manchas roxas espalhadas pelo corpo sem saber de onde vieram, caio, derrubo as coisas, dou diversas topadas por dia, tropeço milhares de vezes, enfim, sou um perigo pra mim mesma e pra quem cruzar o meu caminho. Se fosse só isso, tava bom, o problema é que em relação a minha vida amorosa eu não sou mais cautelosa ou cuidadosa Desarmada, sem truques, artimanhas e com essa mania ridicula e infantil de falar tudo que eu tenho na cabeça e demonstrar o que eu sinto, eu só conseguir colocar pra correr a maioria das pessoas que eu gostei.
Pois é. Ontem foi um dos piores dias da minha vida. Não me lembro de tanto desesepero, mas percebi, realmente, de uma maneira engraçada, através da autopiedade e da hipocrisia, que algum dia, quando tudo aquilo tivesse terminado, eu poderia ser uma pessoa melhor, já que estaria mais forte, sábia e compassiva.
Mas ainda não estava(estou) pronta para aquilo.
É, eu já tivera dias mais racionais...
Mas, para minha surpresa, estava de fato cansadíssima. consegui dormir rapidamente. Em­bora pensasse que na verdade não seria capaz, de forma alguma. Nunca mais, quero dizer.
Mas, como nem tudo são flores, algumas horas mais tarde, acordei com um sobressalto, cheia de horror. Comecei a pensar que eu estava exagerando, que tava viajando, para tentar me consolar.
Mas não era nenhum consolo. Porque eu me sentia como se estivesse no inferno. E compará-lo com o inferno de outra pessoa não diminui em nada a dor do meu. quer dizer, se estão serrando a per­na de uma pessoa com uma serra enferrujada, ela não se con­sola com o fato de que a pessoa na cela ao lado está sendo pregada numa mesa a marteladas.
Bom, daí eu queria ligar. E pensava será que eu enlouqueci completamente? Pois é, não aguentei e liguei. Eu precisava voltar. Ti­nha de lutar por ele! Tinha de reconquistá-lo! Como é que tudo ia acabar ali? Parecia que eu tinha dobrado a esquina errada em algum universo paralelo, onde as coi­sas ainda pareciam minha vida, mas era tudo mau, sinistro e errado. Pensava que tinha que falar com ele, naquela hora. Ele não se importaria se eu telefonasse meia noite e meia. Quero dizer, era sobre o meu namorado que falávamos. Ele era meu melhor amigo. Ele me entendia. Ele me conhecia.
Eu pensei que falaria com ele, e o dia seria esquecido. O corte em nossas vidas seria endireitado e não ficariam marcas. A cicatriz desapareceria. Tudo seria ajeitado e consertado. Tudo voltaria ao seu curso. Da maneira como sempre estivera destinado a ser. Foi tudo um erro terrível, uma confusão desagradável, mas ne­nhum dano permanente foi causado. Aí que ele male má falou comigo. Voltei arrastada e consegui durmir mais um pouco. Depois acordei denovo.
Querendo ligar, mas ia esperar clarear o dia Pois é, vocês devem achar que eu enlouqueci. Bom, talvez seja verdade. Talvez eu esteja com a cabeça fora do lugar, por causa da dor.
A maioria das minhas amigas falam: "Tenha um pouco de amor-próprio, Kenia".
Mas ontem eu falava que meu namoro importava mais para mim do que o meu amor-próprio. Não se tratava apenas de algum romance de colegial adolescente que dera errado. Não se tratava de romance. Tratava-se de amor. Pelo menos, da minha parte
Eu amava Ele. Ele era parte de mim. Isso era bom demais para ser simplesmente posto de lado.
Liguei. Dessa vez sem resposta e deixei que tocasse. Talvez umas cem vezes. Poderiam ser mil vezes. Sabia que ele estava escutando e não queria atender. Mas mesmo assim, deixei tocar sem parar. E, lentamente, a espe­rança me abandonou. Ele não iria falar comigo.
Eu estava louca em pensar que podia ter ele de volta apenas por­que o queria de volta. Devia estar fora de mim em pensar que podia simplesmente ignorar o fato de que ele disse que não queria e que cansou. Ele terminou comigo, pelo amor de Deus. Terminou tudo. E vagarosamente, a sanidade voltou. Olha, andei pesquisando e acho que qualquer psiquiatra diria que eu esta­va sofrendo de Rejeição. Que o choque por ele ter terminado tão repentinamente foi excessivo e eu não conseguia assimilae. Que eu, simplesmente, não podia aceitar a situação, mas não sabia lidar com ela. Era mais fácil para mim fingir que nada de mal tinha acontecido real­mente e que, se eu fingisse que tudo poderia ser arrumado, de fato seria.
Me Sentei no chão da sala frio e escuro. Depois de muito tempo, desliguei o telefone.
Meu coração, que batia muito acelerado, voltou ao normal. Minhas mãos pararam de tremer. Minha cabeça parou de fingir e fantasiar. E só restou a maior e mais vazia tristeza que já senti em minha vida. Tristeza tão grande quanto um continente. Tão profunda quanto o Atlântico. Tão vazia quanto o cérebro da moça que trabalha comigo. E mesmo que eu me sentisse tão cansada quanto uma pessoa de mil anos de idade, percebi que não conseguiria voltar a dormir. A dor da perda que sentia era grande demais para me deixar dor­mir. E eu queria, desesperadamente, dormir. Qualquer coisa para deter aquele sentimento. Como eu desejei que a tia fosse uma neurótica. Que guardasse pílulas para dormir, antidepressivos em qualquer gaveta, no banheiro, em qualquer lugar. Mas ela não era e isso, claro, acabava com qualquer chance, por mínima que fosse, de conseguir achar algum remédio. E o meu de enjoo não ajudava. Ah, como eu desejava que algum conhecido meu traficasse drogas. O que eu não daria por qualquer coisa que me fosse oferecida, imediatamente.
Na realidade, o pior era que as chances de encontrar até mesmo uma bebida alcoólica eram pouco promissoras. O povo lá não bebe muito.
Continuei sentada no chão frio. Realmente eu me sentia necessitada de uma bebida. Beberia até a aguardente de banana, se soubesse onde encontrar. Me sentia tão insuportavel­mente solitária, que me veio a idéia de acordar a tia e pedir para me dar uma bebida, mas fiquei cheia de sentimento de culpa. Ela estava tão preocupada comigo e, se ela conseguiu dormir, eu, em sã consciência, não podia acordá-la pra isso.
Voltei pro quarto. Honestamente, não conse­guia me lembrar da última vez em que eu tinha comido alguma coisa. Não sentia fome. Só pensar em comer me enjoava. Sabia que não ia dar conta. E sinceramente, não conseguia acreditar que aquilo estivesse acontecendo comi­go. Porque eu sempre tive um otimo apetite Passei meus anos de adolescência rezando desesperadamente para ser anoréxica. O fato é que nunca perdia meu apetite, não importava as circunstâncias. Nervosismo por causa de provas, entrevistas para empregos, brigas com outros namorados, intoxicação alimentar - nada, a não ser a morte, faria a mínima diferença para minha capacidade de comer. E agora, pela primeira vez em minha vida, eu não estava com fome. Na verdade, sentia horror diante da idéia de ter que comer. Estava sem a menor vontade. Não tinha o menor impulso nesse sentido. Se pelo menos estivesse me sentindo assim quando tinha 17 anos. Pensaria que era uma das poucas privilegiadas.
Mas eu estava cansada e infeliz demais para desejar qualquer coisa. E então, embora me partisse o coração, perguntei pra uma amiga minha se ela achava que era definitivo. Mais uma vez ela disse que sim. Senti que não chorava por dentro, mas agora sangrava por den­tro. Sangraria até morrer. Depois disso minhas mãos tre­miam, minha testa suava, eu me sentia doente no coração. E eu precisava trabalhar. Nesse periodo havia ocasiões em que eu sentia que Ele, mais cedo ou mais tarde, voltaria. Que ele me amou tanto que, simplesmente, não po­dia parar de me amar da noite para o dia. Era apenas uma questão de tempo. Depois já comecei a pensar que ele iria ficar com as moças. Daí, foi bem pior. O ciúme me despedaçava. Minha cabeça estava cheia de cenas imaginárias sobre a maneira como ele pegaria as outras moças. Não podia suportar a idéia de que ele desejasse outras pessoas. Isso me enchia de uma raiva poderosa e impotente. E que raiva. Tinha vontade de matar os outros. Tinha vontade de soluçar histericamente. Ah, que sentimento horrivel. E tão profundamente inútil. E sem qualquer sentido.
Se você deixa de ter alguém ou alguma coisa, sente sua perda e, depois, passado algum tempo, preenche o buraco que ficou em sua vida, a ausência, aos poucos, fica cada vez menor e, afinal, desapare­ce. Há um sentido na dor. Há um motivo e uma direção para ela.
Mas eu não ganharia nada em sentir ciúmes. E o pior é que o ciúme era causado por mim mesma. Era minha própria imaginação que me provocava a dor. Era o equivalente emocional de eu pegar uma navalha e dar um grande corte no meu braço, na minha barriga ou na minha perna. Ciúme era automutilação. Tão doloroso e inútil quanto. E eu sentia a dor não porque algo aconteceu comigo, mas por­que deixaria de acontecer. Eu não sei porque sentia isso. Só sei que feria. Depois pensava em outra coisa e depois me lembrava de que aconteceu mesmo, que ele não queria mais. A consciência disso me magoava a cada vez com igual intensidade. A décima vez em que aconteceu foi tão terrível, tão cho­cante e tão nauseante quanto a primeira. Pensava em beber, mas se bebesse ia acabar fazendo merda, tinha certeza. Nunca pensei que um dia diria isso, mas a bebida não é realmen­te a solução. Drogas, talvez. Mas não bebida.
E tinha de parar de pensar apenas em mim mesma. Precisava fazer isso. E seria capaz de fazer isso.
Ainda amava muito ele, ainda queria que ele voltasse. Ainda estava com o coração partido. Ainda sentia falta dele, como se sente a falta de um braço ou uma perna. Provavelmente, ainda vou chorar todas as noites, antes de dormir, durante o próximo século inteiro. Mas não me sinto mais tão aleijada pela minha perda. Quer dizer, meus tornozelos tinham sido quebrados. E isso me jogou no chão, arrebentada, e me deixou ali deitada, com muita dor, incapaz de me levantar.
Mas estava apenas machucada. Muito, na verdade.
Mas, ao contrário das primeiras impressões, nada estava quebra­do. Agora, eu vou tentar dolorosamente ficar de pé, vendo se ainda podia caminhar.
E, embora mancasse muito, descobri, para minha alegria, que podia.
Não digo que não sento ciúme. Que não sinto ódio. Que não amo. Que não quero mais. Claro que sim.
Mas eu preciso continuar.
:(

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

pois é

Direto tem acontecido isso. Fico um tempão tentando escrever, daí escrevo. Leio depois, acho tudo uma merda e apago. E assim na subsequencia. Zilhões de vezes.
Não vai funcionar se eu me obrigar a escrever aqui. Então, decidi que obrigar não rola. Mas aí fico me cobrando - como sempre - escreva no blog, Kenia. Escreva. Qualquer coisa. Escreva.

Bom, o fato é, que ultimamente as coisas estão bem. Eu estou bem. A algum tempo atrás não estava, mas daí não ia rolar escrever textos depressivos carregados de ódio/magoa/rancor/dor de cotovelo também. Então, fica assim. Quando der assim, uma vontade doida de escrever, ou algum texto pronto aparecer na minha cabeça, eu venho e escrevo. Do contrário, fica assim. Se bem que, não tenho assim leitores tão assiduos.

Outro ponto: A moça que trabalha comigo vai sair de férias e né, coisa boa não pode ser. Passou as coisas dela pra mim. Então, eu tô meio que - bastante - ocupada com as coisas aqui. E também tem a faculdade, ah a faculdade. A faculdade tá assim, eu vou tão animada quanto um escravo carregando correntes. Não sei se a galera acha que jornalista é tudo maconheiro e tem memória fraca, mas o fato é que eles falam a mesma coisa desde o primeiro ano (alguns professores - a grande maioria) e assim, eu já sou uma pessoa um tanto preguiçosa e eles infelizmente não colaboram comigo. Uma pena.

Outro ponto relevante é que eu tô num regime tipo uma greve de fome, daí eu fico um tanto ansiosa/nervosa/psicopata, coisa que até rende assunto, mas eles vem rápidos e saem mais rápidos ainda da minha cabeça, vou precisar anotar em algum lugar pra tentar lembrar pra escrever aqui.

Bom, o recado tá dado. Nada de textos poéticos por enquanto. Sem insipiração.

No mais, tamos aê!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

só sei que foi assim...

Acredito que todo mundo já sofreu a dor de precisar se separar de alguém importante… e todas as vezes que me encontro nessa situação, procuro lembrar daquela que foi a pior. Aquela que, dentre tantas outras, foi a que me tirou a identidade…e tive que reaprender a ser só eu de novo.
Alguém tinha que ser forte…e eu acho que nunca fui.
No dia que eu notei que os olhos dele não brilharam quando me viam… foi nesse dia que eu tive a certeza que precisava seguir sozinha….porque eu consigo conviver com problemas…menos com falta de brilho nos olhos.
Tive que mudar a minha vida por completo. Perdi nossos amigos em comum… Mudei o caminho que fazia para estudar, não fui mais aos mesmos lugares que íamos, não ouvi mais nossas músicas, me desfiz de tudo que pudesse lembrar, e principalmente: fiquei muito tempo sem saber e nem perguntava dele para ninguém.
Não era mágoa. Era só um jeito de reencontrar meu caminho. E qualquer pedaço dele que eu sentisse falta, era sempre a sensação de estar incompleta.
Hoje em dia? Não somos melhores amigos de infância, mas nos reencontramos algumas vezes por aí, quando eu já tinha me reencontrado. Engraçado que os olhinhos dele brilharam muitas vezes depois… Mas, nunca mais conversamos sobre qualquer coisa que levasse a um retorno.
Todos os outros relacionamentos que tive depois foram mais fáceis. Eu já tinha uma fórmula.
Eu não quis mais ser parte de ninguém. Ninguém virou sinônimo de felicidade. Claro que tive outras pessoas importantes… Mas nada…Nada MESMO, me fez querer mudar o rumo da minha vida, ter filhos ou ter algum tipo de cumplicidade. E se a separação fosse difícil, eu também tinha outra fórmula… Era só apagar: não ver mais, não falar mais e deixar que o tempo fizesse o resto. Sofri de verdade algumas vezes…mas nada que não possa virar uma história engraçada quando passa.
Hoje estou aqui com o coração triste. Pensativa… Tentando achar a velha fórmula… E me perguntando como que eu consegui, depois de anos, ser parte de alguém, e voltar a ter certeza que a minha felicidade estava no coração e na vida de outra pessoa. Eu me vi numa casa enorme, com filhos, cachorro e os amigos enchendo o saco.
Eu não sei porque a vida tem dessas coisas. Só sei que foi assim...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Contradições

Dia dos pais, fui almoçar com o meu. Quer dizer, não que eu seja muito ligada a essas datas (todas comerciais), mas é importante separar um dia pra Ele. Não concordo muito com algumas coisas que Ele diz e faz, mas no fundo, gostaria de ter saido exatamente como Ele, não fui criada com Ele. Aliás, fui criada de maneira totalmente oposta do que Ele faria (palavras dele), ossos do oficio. Almoçar por lá já foi bem mais complicado, mas hoje é no minimo, uma experiencia exótica.
Pude mexer em alguns livros antigos a respeito de comportamento, de como as pessoas levam a vida e afins. Durante anos li tudo que me passou nas mãos sobre o assunto. Tinha obsessão sobre como as pessoas levam a vida, superam desafios e se relacionam com elas mesmas. Ainda tenho. Sou uma especie de bicho-grilo que gosta de papo esóterico, divagações sobre comportamento humano, religião, enfim, tudo que envolva pessoas e pensamentos. O resultado é que sou boa pra dar conselhos e péssima para ouvi-los.
Não experimentei muitos tipos de drogas, porque encuquei que poderia morrer a qualquer momento. Mas, como a evolução se dá a passos lentos, ainda gosto de beber. Gosto mais do que devia, e bebo mal. Não paro na hora certa e amo a sensação de estar com o pensador anestesiado e sensores aflorados. Não fico agressiva, o que me bate é uma "alegria" exagerada e em algumas ocasiões totalmente fora do tom para uma mulher. Além do mais, se eu bebo um pouco, já me bate vontade de fumar, coisa que parei a alguns meses. E se fumo, no outro dia me destroção o corpo e a consciencia. Delizes. Ainda bem que esses deslizes tendem a ser dóceis e aceitam limites com facilidade. Agora, por exemplo, o departamento alcool/tabaco está interditado - além de não poder mesmo, fiz promessa que cumprirei assim como cumpri outras.
Quando penso em como as drogas, legalizadas ou não, deixam a gente boba e previsivel, fico com raiva de mim por ter um lado vulneravel a elas.
Corro o risco de que com essas "revelações" (que só serão novidades pra quem não me conhece) eu acabe aniquilando uma imagem construidas a base de muita conversa. Mas, por outro lado, este é um relato sobre contradições, e a verdade é que se eu não tivesse pelo menos o minimo de limite, com a vida que me deram, amigas boas de copo como eu tenho, e gostando como eu gosto, é bem provavel que eu já tivesse me tornado alcoolátra. Mas, dizem por ai que a virtude não está em não ter deficiências, mas em querer domesticá-las.
"Corajoso não é o que não tem medo, corajoso é quem tem medo e pula"
E eu pulo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tenho tentado escrever já tem um tempo. Há pelo menos uns 10 rascunhos salvos na memória do blogger e até agora nada que preste. Tentei encarar como obrigação, mas nem assim.
Não sei bem o que faço aqui. Com quem estou falando? Pra que tantas revelações?
Escrevo para organizar pensamentos e sentimentos, quer dizer, sentimentos que ser tornaram pensamentos. Mas nunca achei que fosse de fato fazer uma vida disso. Voltando, quando o mundo fica bobo, não é nada mal externalizar isso assim. Sensações boas e ruins fazem a gente "palpitar", mas elas vem de fora, portanto, sentimentos a meu ver são superiores, nascem de dentro e não existe um igual ao outro.
Hoje eu só queria que algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio. Eu queria que existisse um canto do mundo que nunca me dissesse "olha, você se expõe demais" e que me deixasse ser assim e apenas me deixasse ficar quietinha e quando o mundo resolvesse me magoar, porque eu sou briguenta, mas sou mais sensível que maria-mole na frigideira. Eu não sei esperar nada. E a natureza gritando no meu ouvido que então, já que sou birrenta, vou ficar sem nada mesmo. Porque é preciso saber viver. Atiram a gente nesse mundo, nosso coração sente um monte de coisa desordenada, nosso cérebro pensa um monte de absurdo. E a gente ainda precisa ser superequilibrada para ganhar alguma coisa da vida. Como se só por estar aqui, aturando tanta maluquice, a gente já não devesse ganhar aí um desconto para também ser louco de vez em quando.
Tem um monte de coisa que não entra na minha cabeça. Mas eu sei o motivo. Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Não sou deslumbrada, acredito em sonhos, não em utopia. O problema é que quando sonho, sonho alto. Sou pessoa de riso fácil...e choro também
Gostei de muita gente, uns mais outros menos, mas nunca fiz economia de amor. Já me falaram que é esse o problema, mas né moralismo que só serve para acusar... nunca para os acusadores. A maioria das pessoas precisa de justificativa para seus atos e a minha sempre foi a paixão, que na minha opinião, legitima qualquer gesto.
Não, eu não quero ser medíocre, não. Deus não me deu esse estômago enjoado, essa alergia encantada de vida e esse coração disparado à toa. Eu devo ser especial, eu devo ter algum talento. Só sei que estou preparada para quebrar a minha cara, porque eu posso ser louca, boba e infantil, mas eu não sou medíocre.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Daí que uma "inimizade" minha casou. Fiquei puta de não ter ficado sabendo antes, queria tanto ter ido na festa, sendo tão legal que ela é, pouco provável que eu fosse barrada. e é fato que eu causo uma comoção em qualquer evento desse povo, e somente a minha presença, me comportando como uma dama, já seria o suficiente para estragar a festa e deixar todos os convidados mais intimos desconfortáveis.
porque todo mundo sabe que eu não sou uma dama, que odeio essa vagabunda e se estou quieta demais é porque alguma coisa eu devo estar tramando. no final eu não aprontaria nada e ela perderia a festa sendo paranóica e me vigiando a toa. perfeito.
ou então, e não me comportaria como uma dama. só Deus sabe como a minha versão bêbada pode roubar a cena em qualquer festa.
oh, o mundo das possibilidades. minha única certeza é que seria uma festa para ser lembrada. que dia feliz!
mas, fiquei sabendo só ontem. merda!

terça-feira, 28 de julho de 2009

falta que a falta faz

Então tudo tem duas visões: a de quem esta dentro - que geralmente é uma visão mais insana, mais egoísta. E a visão de quem esta fora - geralmente mas sensata, mais ampla. Ou não. Tem visões de quem esta fora que são, tão ou mais, insanas do que as suas próprias.
Isso deve ter a ver com pessoas. Pessoas sensatas e pessoas insanas. Maduras e imaturas. As que respiram e pensam e as que agem num impulso momentâneo e fazem.
E eu não preciso dizer em qual grupo estou. Depois de uma avaliação de alguém mais sensato você melhora, eu ousaria dizer que você se torna até um pouco positiva. Um pouco. Mas também, me pego pensando até que ponto isso não seria conformismo ou ilusão.
A gente apela pra búzios, pra cartas de tarô e acredita naquilo, e faz toda força do mundo para acreditar naquilo. Ai entra a fé. Até que ponto você tem fé? Onde esta o limite entre sua fé, seu ceticismo e a realidade? A gente simplesmente crê e não vacila. Ou vacila, mas continua crendo.
Mas é essa fé, daquelas bem fortes que faz a gente acreditar no novo, que faz a gente apostar que de uma forma ou de outra as coisas serão como queremos. Sim, nossa fé também é egoísta. O novo bom, o novo certo, claro que é do jeito que a gente quer. E a gente acredita e continua. Com fé. Porque tem coisa mais destrutiva do que insistir sem fé alguma? E não falo em fé ligando diretamente a uma religião, você pode ter fé que o monstro verde que mora no interior da terra irá comer todos os teus problemas. O monstro é seu e a fé muito mais!

Uma das coisas que mais tenho tentado apreender é ser humilde. A engolir os não’s que a vida me enfia sem vomitar. A chorar, acordar, ter fé e continuar. E a ter paciência e saber esperar.
Me esforço todos os dias para ter paciência. Para tentar entender que o meu tempo não é o tempo do mundo. Há pessoas mais lentas. Nem todas têm essa ânsia e essa ansiedade. Nem todas têm esse desespero contido de que se não for agora não será em tempo algum. E a gente exercita a paciência.
Quase nunca consigo... é verdade. Mas a tentativa pelo simples ato de tentar já deve servir de alguma coisa. Deve valer algum ponto em algum lugar, no destino, no céu, no paraíso. Em algum lugar tudo isso deve contar de algo.
Li agora uma crônica que fala sobre fazer falta. O “sinto sua falta” de acordo com o autor, é um dos mais lindos elogios que alguém pode te dizer. Quer coisa mais linda do que fazer falta? Eu não sei se faço falta a alguém. Mas sei que digo aos que me fazem falta o quanto essa falta dói. E isso por mais humilhante que possa parecer (e acreditem, algumas vezes realmente é!) também tem que valer de algo.
Ai me lembro dessa coisa de fazer falta. Da vontade que dá de ir embora. De chorar e de ir embora simplesmente, para que te acolham, para que sintam faltam.
No fundo para saber se sua ausência se tornará uma falta ou apenas um espaço em branco.
A gente não sabe, não da pra sumir apenas pra tentar fazer falta. A gente vai seguindo em frente, continuando, com fé, com dor. Esperando que algum dia, alguém nesse ciclo louco que é a vida, pare e pense no quanto você faz falta. No quanto algum momento com você foi tão forte que fez essa pessoa parar e escrever: “penso em você, sinto sua falta”.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Queijo!

Primeiro que não, não, ninguém mexeu no meu. Aliás nem sei do que se trata essa coisa de mexer nos queijos dos outros e nem sei porque inventaram isso de "alguém mexeu no meu queijo". Mas vamos direto sobre o que me proponho a falar, minha grande teoria baseada naquele velho principio:
"Quanto mais queijo, mais furos. Quanto mais furos, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo.'
A história toda começou agora que com essa chuva e o ócio me fez pensar em algumas teorias, enquanto observava o orkut do namorado e lembrava alguns fatos, comecei a reparar na quantidade de atitudes, palavras, risinhos debochados e demais coisinhas pequenas profundamente estúpidas das quais ele é capaz. Coisas que vão além de me irritar. Coisas - algumas vezes - me fizeram ter vontade de segurar ele pelos ombros, sacudir com força, gritar exigindo que parasse com tudo aquilo e voltasse a ser a pessoa de quem eu gosto tanto… “mas ele nunca deixou de ser”, eu mesma respondi. E intrigada com isso, passei a observar. Ele certamente ocupa o top 5 das pessoas que amo. Não precisou muito tempo pra perceber: Meu namorado pode ser um grande, eu até ousaria dizer enorme, sim, um enorme babaca.
Então surgiu outro elemento: o tempo. Só a medida em que ele passa,a gente vai conhecendo, convivendo, aí eu posso ficar ali, frente a frente com o lado feio das pessoas que gosto. Mas então é tarde porque, inexplicavelmente, apesar de todos os defeitos possíveis, das irritânciazinhas ou das grandes escrotices, não há mais o que fazer. Gosto. Amo. Ponto. E minha amostragem não é grande porque nem gosto de muita gente. É, não mesmo. Mas agora as sentimentalidades melhor se explicam pra mim. E gostar dos outros me parece mais interessante se olhar assim: quanto menos queijo, mais queijo.
Quanto mais razões eu tenho pra não gostar, é aí que gostar faz sentido. Quando se conhece o suficiente pra querer correr km pra longe, mas ainda assim, a vontade de ficar ao lado é maior.

E blá, blá, blá… logo eu que crucifico tanto quem teoriza e filosofa sobre as coisas. Logo eu que já nem crucifico tanto assim. Logo eu que tenho ficado mais tolerante a medida em que os outros me deixam mais irritada.
O queijo explica tudo. Tudo.

Demonstrações

Tava indo alí no prédio debaixo da Fábrica onde trabalho, quando na calçada um moço, numa moto, tava parado, esperando alguém (quer dizer, parecia né...). Não sei bem que moto que era, não entendo nada de moto. Mas eu entendo de feio ou bonito e a moto era bem feia. E tinha nela um adesivo escrito LUCIANA. Deduzi que o moço da moto deveria gostar muito dessa Luciana.
Não gosto disso de tatuar nome, rosto de namorado. Acho que ficar devidamente "emplacado" não é nenhuma prova de amor. Não deixaria namorado meu tatuar meu nome nele. Não acharia graça nenhuma se ele colocasse algum adesivo gigante com meu nome em qualquer lugar que fosse. Não vejo romantismo nenhum nisso. Mas sabe que eu senti uma ponta de inveja da Luciana? A Luciana tem um namorado feio, com uma moto feia e com um puta mau-gosto, mas, que não tem vergonha de mostrar pros outros que ele tem namorada. A Luciana.
Já me envolvi com todo tipo de gente, quando não fui eu a protagonista, alguma amiga minha foi. Tem homem que tem medo de compromisso. Tem homem que tira aliança pra sair a noite e se passar por solteiro. Tem homem que começa a namorar mas continua solteiro pros esquemas dele. Aqueles que fazem declaração pública de amor são bregas, Wandos ou jogador de futebol. Falar de amor é brega. Expor que você ama é muuuuito cafona.
Mas, nós mulheres (pelo menos as que eu conheço), gostamos e precisamos disso. De provas concretas e palpáveis de que somos amadas. Gostamos de ouvir declarações de amor, de receber mensagens, de depoimentos bregas no orkut, simplesmente gostamos de demonstrações públicas de afeto. A gente gosta de saber que o cara com quem a gente divide a vida não se importa de mostrar pro outros que ele não tá mais na pista. De colocar nele a plaquinha de "ocupado".
Na minha consepção, demonstração pública de afeto não tem nada a ver com expor sua vida e seus amores. Ninguém precisa saber se vocês brigaram ou se a noite foi boa. Ninguém precisa saber quais são os seus problemas, se ela tem ciúme ou se ele não liga quando diz que vai ligar. Não estou falando de expor a intimidade nem fazer um Big Brother da vida. Mas a gente, serer carentes de amor que somos, as demonstrações de afeto palpaveis são fundamentais. A gente quer ver no orkut do namorado o "namorando", a gente quer que ele coloque foto nossa, quer que diga que ame, quer depoimentos bonitinhos, que frases, palavras, cartas e demonstrações.
Quando eu amo alguém, quero mostrar pro mundo que amar pode dar certo. Na minha ingênua cabecinha, só uma pessoa totalmente envolvida e livre de qualquer intenção com outra pessoa, pode expor publicamente que está com alguém, seja no orkut, no msn ou na moto que o posto de namorada não está mais disponível. Não sou a favor de tatuagem com nome de namorado, mas isso é um gosto pessoal. Não sou a favor de adesivos em moto ou em qualquer outro lugar, mas isso também é um gosto pessoal. Pra mim, amor tem a ver com exclusividade, com abrir mão de todo o resto e (porque não?) com tatuagens, adesivos e outras formas de comunicação. Felizes as Lucianas.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

estrelato

Eu queria ser famosa. Muito famosa. Aparecer nas capas de revistas com a minha felicidade estampada e dizer que estou ótima, mesmo depois de algum episódio traumático. Queria ir pro Big Brother e virar melhor amigo de infâcia de um povo que eu nunca vi na vida em um mês. Queria que quando alguém me chamasse de linda isso fosse um elogio ao meu carater. É provavel que eu fosse mais feliz assim.
Então, só que eu sou tradicional. Convencional, apesar de não parecer muito normal. Se eu me corto, machuca. Se eu bato o pé na mesa, dói. Sou uma pessoa comum. Acredito no até que a morte nos separe e no eterno enquanto dure. Acredito que se eu sou capaz de ser fiel, alguém mais pode ser. Valorizo as pequenas atitudes assim como condeno as pequenas mancadas. Sou rancorosa, guardo por anos uma coisa que me magoou de verdade, entretanto, sei perdoar. Passo por cima dos erros pra ficar junto das pessoas que eu gosto. Mas tenho meus limites. Perdoo uma vez, porque errar é humano. Perdoo duas porque as vezes o ser humano é estupido. Mas, não posso viver perdoando porque isso seria incompetencia minha.
Acredito que as pessoas aprendem com os próprios erros e com o tempo. Acredito também que quem traiu uma vez e foi perdoado vai trair denovo. Acredito que as pessoas só mudam por vontade própria e nunca pelo pedido de outra pessoa. Acredito que todas as coisas em que eu acredito hoje vão mudar com o tempo, talvez eu passe a acreditar menos. Ou passe a não acreditar em nada.
Me dou bem com todo tipo de gente e as pessoas costumam gostar de mim apesar do que eu sou. Detesto homem mulherengo. Detesto tipinho "caminhoneiro" (que fala pra mulher que tem várias, mas que ela é a única que ele realmente gosta). Detesto mulher corna que se explica pros outros "mas ele me ama". Sexo com outras pessoas só é perdoado quando é o homem que faz. Detesto homem machista. Detesto tipinho que engana a mulher e vai pra farra escondido. Detesto mulher tonta.
Eu queria era ser famosa pra fingir que não sinto dor. Que não tenho ciume. Que sou segura. Pra fingir que não preciso fingir. Queria ser famosa pra ser uma fruta e não uma cabeça que pensa. Só que pensar e escrever nunca me deu dinheiro, nem capa de revista, nem o Big Brother. Escrever é pra pessoas, normais, como eu, que não vão ganhar rio de dinheiros mostrando a bunda em revistas para adolescentes de 30 anos. Queria ser famosa pra experimentar uma vida, que dizem, ser melhor do que a minha.
Queria ser famosa pra ver se eu conseguiria ser eu.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dor

Nunca me considerei uma pessoa fechada. Quer dizer, sempre estou aberta a tudo que as pessoas tem pra me dizer, seja bom. ou ruim. Mas, quando sou eu quem tem que falar, as coisas ficam um pouco mais dificil. Sempre carreguei comigo minhas dores. Aprendi a ser assim desde muito nova. Você pode me olhar e não fazer a mínima ideia do que se passa comigo. Minha história ninguém conhece. Minhas agonias. Meus amores perdidos. Meus medos. Meus desencontros com meu próprio mundo. Guardo comigo.
Ainda não consegui definir se isso é uma qualidade ou defeito. Tem gente que fala que conversar ajuda. "Põe pra fora", é tipo vomitar em alguém. Jogar lixo na cabeça de alguém. Não me agrada isso. Sou meio homem nessas horas. Quando a coisa é séria, prefiro ficar na minha e resolver o assunto na minha cabeça. Coisas que aprendi em uma casa onde as pessoas precisavam viver de aparências. Mostrar a todo momento que esta tudo bem, que a vida é boa, que o amor é lindo e que ninguém tem problema. Aprendi desde muito cedo a disfarçar minha dor.
A vantagem disso é que hoje não aceito qualquer coisa. Já aceitei demais. Não tenho que aceitar mais nada que alguém queira me impor sem o meu concentimento. Aceitei calada muitas situações que desciam arranhando guela abaixo. Dói. Machuca. Fere. Corta. Mas depois cicatriza. E a cicatriz vira uma pele mais forte. Mais resistente e menos sensivel. Segundo o dicionário do google, a cicatrização alivia a dor do corte, pois a pele se fecha novamente e só fica o sinal do corte. Concordo. Alivia a dor e depois fica a marca do que foi machucado.
Não aceito mais um monte de coisas. Não aceito que me julguem sem me conhecer. Demonstre compaixão, mas nunca tenha dó de mim. Não aceito assumir culpas que não são minhas. Não me diga onde errei, eu sei reconhecer esse tipo de coisa. Se não der certo, vivo meu luto denovo. Não me importo. Vai doer. Vai ferir. Mas vai cicatrizar e formar uma pele mais forte.
Bem ou mal, minha história me fez ser quem eu sou hoje. Viveria cada segundo denovo como se fosse o ultimo. Talvez, eu até cometeria os mesmos erros. Ou talvez eu cometeria erros novos. Mas jamais eu passaria impune até aqui. Cada um sabe da sua história e é só isso que importa. Por isso, guardo comigo minha dor, minha agonia e meus pesadelos. Divido alegrias, conquistas e sonhos. Escrevo como uma forma de "despejar", "por pra fora", pra mim soa igualmente purificador. Escrevo porque dor não cabe num papel, e eu também nem saberia explicar.
E dessa forma, a minha dor continua só minha.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A infância perdida



As vezes tenho a impressão de ser meio ingênua. Acredito muito nos outros, ainda não consegui fixar a famosa frase do "acredite em metade do que se vê e em nada do que se escuta". Não sou bobinha, nem acredito mais nas propagandas da Polishop. Resultado: a gente cresce e com o tempo vai aprendendo a desacreditar em tudo que haviam nos ensinado.
Do mesmo jeito que o Papai Noel vira mentira, a gente desacredita na educação das pessoas, no bom senso e respeito. Gente que suja a rua, que desrespeita idosos, trabalhadores ou pessoas humildes. Gente que quer ser mais que o outro. Gente egoísta. Gente que quer o que o outro tem. Gente que não tem o menor conceito do que é respeito. Gente que não sabe ser gente! Basta assistir o Jornal Nacional, e talvez, quem sabe, entrar num processo de síndrome do pânico, no meio de tanta informação, que agride nossa sensibilidade. A gente leva tanta porrada, ou vê tanta coisa acontecendo, que passa a ter medo de conviver com as pessoas.
Todo dia a gente fica sabendo que o Rio de Janeiro continua lindo, mas está cada dia mais violento. É gente morrendo por causa de droga. Por causa de polícia. Por causa do tráfico. Por causa de nada. É assalto, é sequestro relâmpago, é estrupo, é tiroteiro. Aliás, além da banalidade que nos assola, a crueldade dos crimes vem aumentando dia após dias, e não adianta trazer a copa, as olímpiadas, não adianta fechar os olhos. é uma realidade. E não é só no Rio de Janeiro não, é em Belo Horizonte, em Santa Catarina, em São Paulo. Basta pegarmos estatísticas, assisirtimos tv ou mesmo conversarmos com as pessoas - todo mundo tem uma história trágica para contar.
No momento em que escrevo essas palavras a familia da menina de 13 anos, Letícia Coutinho Carvalhido, que cursava a 6ª série, devem estar sem chão. Mais uma vítima da violência. Quarta-feira (dia 08) ela, que no dia do seu aniverário saiu para comprar um bicho de pelúcia com a mãe, foi baleada depois que bandidos assaltaram uma agência e trocaram tiros com policiais.
E é assim, todo dia é assim. Basta ligar a tv, ou o rádio, ou digitar no google. Todo dia crianças morrem vítimas de balas perdidas, se não morrem, são feridas. Nossas vidas estão valendo cada dia menos e não sabemos aonde vamos parar. Precisa atirar entre gente inocente? Não basta levar tudo? É preciso ver sangue, dor, grito, medo? Matam pessoas como matam insetos - e não podemos nos acostumar com isso.
Exemplos não faltam, sem falarmos da Letícia, poderiamos citar a menina de 13 anos também, que morreu quando levava sua irmã para o colégio, o menino Lucas, de 9 que morava em Vitória - ES, Aline, de 11, em Santa Catarina. Ana Clara, de 9 anos, no Ceará. Isso, sem falar dos inumeros escandalos de pedofilia entre outras atrocidades que a gente assiste todos os dias.
Eu não sei mais o que pensar, até porque, no momento em que escrevo essas palavras e e a família da menina tenta se consolar, outras tantas pessoas (dentre elas, crianças) estão sendo vítimas de algum tipo de violência país afora, fazendo com que meu coração fique pequeninho - e menos brasileiro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Força do Hábito

Decidi parar de fumar. Não cheguei a essa decisão sozinha. Claro que houve influências externas. Mas, no fim das contas, resolvi pensar no assunto e decidi que sim, que poderia fazer. E desde então se passou um mês. Se eu falar que nesse um mês e pouco eu não fumei mais, estaria mentindo. Fumei, quer dizer, nunca mais fumei um cigarro inteiro. Mas as vezes dava um trago aqui, outro alí. E sinceramente, me sinto bem orgulhosa, posto que fumava 20 cigarros por dia e agora não fumo mais. Quer dizer, o plano inicial era não fumar mais. Nunca mais. pra sempre. Na minha cabeça, eu iria sofrer uma semaninha e depois tava beleza. Iria rir da cara dos outros fumantes e tal, poisé, mas acontece que nem sempre o plano inicial dá certo... não deu. Não voltei a fumar como antes, nem penso. Me sinto melhor sem o cigarro. Entretanto, é um vício. E pior do que vícios que não envolvem substancias "viciantes" (oi, é um vicio). Sem contar a ansiedade. Essa é a pior parte. Fico ansiosa por não poder fumar. Fico ansiosa por querer fumar e não poder fumar. Fico ansiosa a cada vez que não resisto e penso que sou uma escrota. Fico ansiosa por gostar de fumar. Fico ansiosa por não querer decepcionar os outros. Quer dizer, eu fico mais ansiosa por estar ansiosa. Bem aquela de se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

É amigos, é dura a vida de empresária circense e pessoa bom senso. Homem por mais bonzinho que seja é tudo palhaço, até os namorados.
Como eu sempre digo, quase todas as palhaçadas se resumem a "não precisava".
Tudo bem que temos tido um relacionamento meio sério. tudo bem que ele não se "envolve" faz um tempo. tudo bem, eu entendo tudo isso. AGORA PORQUE QUE TEM QUE FICAR FALANDO QUE VAI PENSAR? Tipo, ele conhece a namorada surtada que ele tem. Óbvio que deu abertura pra eu pensar em um milhão de coisas, agora veja bem, o cara acorda todo estranho, dai me deixa SÁBADO A TARDE em casa (3 horas) falando que vai me buscar as 10, liga as 8 falando que precisa PENSAR e que vai sair sozinho com os amigos. Sabe, eu me considero até que moderada com isso, porque eu tenho amigas duídas que iriam adorar se eu ligasse "Oi, o namorado quer sair com os colega, tipo, vamo sair?", então, eu iria procurar minha turma e sairia também. Mas é muito apelativo usar o verbo pensar porque me deu abertura pra vislumbrar várias possibilidades.

Quer dizer, um stress totalmente desnecessário. Mas um clássico "Não precisava".
Mas né, como sempre... o mundo é estranho e homem é tudo palhaço!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ah, o amor...

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Sempre achei um "soneto" forte. Exagerado. Assim como tudo na época em que Camões escreveu. Mas, parando para analisar melhor, um texto de 1595 é tão atual quanto se fosse escrito ontem. Camões é genial. E é nessas horas que a gente vê que o amor é amor desde que o mundo é mundo. Amor é amor em qualquer época. Em qualquer situação ou circunstância. É legal notar essas coisas porque assim a gente percebe que os sentimentos não mudam com a moda, com valores, com épocas diferentes. Por outro lado, a dor de perder alguém é a mesma também. O nó na garganta acompanhado de uma "incomensuravel" sensação de impotência, aliada a uma inevitavel sensação de vazio que chega a tirar o ar. Isso é o que eu já senti e o que qualquer pessoa vai sentir daqui a 100 anos, e é isso que é fascinante. E é por isso, SÓ por isso, que falar de amor nunca sai de moda. Nunca é assunto "batido". Haverá sempre quem se interesse e quem queira falar do assunto. Amar não sai de moda.
Parando para analisar o soneto, me pergunto como não conceituar o amor a não ser dizendo que ele arde? O amor só pode arder! Não existe outra maneira de descrever a maneira como se sente isso. E quanto a doer... dói, heim? E como dói! Dói quando não é correspondido. Dói quando é, mas não na mesma proporção. Dói quando a dúvida da reciprocidade bate. Dói quando o outro sofre. Dói quando o outro te deixa. Mas, ao mesmo tempo que dói tanto é como se a dor fosse tão pequena. Porque né, logicamente, se a dor fosse tão grande, faria com que nos afastassemos, faria com que nosso instinto de sobrevivência afastasse o motivo dela, como fazemos com todas as outras: se queimar o dedo dói, não relamos no fogo. Se bater a cabeça dói é só não bater a cabeça. Mas eu nunca ouvi falar de alguém que deixou de amar porque amar dói. Tem gente que se afasta ANTES de amar, mas depois que começou, aí já era. Por isso que é um contentamento descontente. Às vezes, você nem queria tá passando aquilo, porque amar nos deixa burras e vulneraveis. Entretanto, não há armas para lutar contra isso.

"É um não querer", realmente. Não querer sofrer. Não querer que nada de mal aconteça ao dito cujo, a relação. Não querer se envolver. Esses "não quereres" só existem porque por trás deles existe algo muito além de simples bem querer. Esse medo, essa resistência, essa insegurança, só o amor causa.
"É solitário andar por entre a gente" É meio cafona, mas é a verdade. Quantas vezes você não tá no meio de um monte de gente e se sente só? Quantas vezes não esteve entre seus melhores amigos mas sentiu falta daquele conforto que nenhum deles podia te dar? É que, quando existe amor, só aquele "filho-da-mãe" supre o vazio. Não importa quantas milhões de pessoas especiais existam no mundo. Naquele momento só ele pode resolver a questão.
Por outro lado, as alegrias que o "amor" traz nunca são suficientes, de maneira a você nunca se sentir satisfeito ao ponto de dizer: "Ai, já foi felicidade demais, agora tá bom". Não há contentamento, há somente uma vontade de ter mais e querer mais. É uma alegria que transborda, que vem de dentro, que inevitavelmente promove sorrisos...
No amor também não há perdas quando se trata do outro. Não importa qual seja o sacrificio. Pode te causar prejuízos. Pode representar perdas para você, não importa.

Na parte do "querer estar preso por vontade" é que Camões matou a pau mesmo! Tem coisa mais certa que isso? Você diminui as saidas com os amigos. Deixa de sair sozinho pra balada e não quer outra coisa. Você é capaz de passar o domingo assistindo Faustão e se sentir feliz assim. E percebe que algumas coisas não tem mais graça se ele não estiver por perto.
E se mesmo com essa doação, o cara te magoa da forma mais ordinária que exista, você continua sendo leal a ele. Passa por um período "fechado pra balanço" de tal maneira que se o Kaká fizer um strip tease na sua frente você chora lembrando de como era lindo quando ELE levantava a camisa. E a sua lealdade vai além da fidelidade. Ela alcança um patamar que te faz não contar os segredos dele pra ninguém. Te faz procurar justificativas para cada mancada que ele deu, pra cada vez que ele te destratou, pra cada mentira que ele contou. Te faz jogar a culpa de tudo em você mesma e ficar uma noite inteira acordada perguntando o que foi que você fez de errado, quando no fundo, você sabe que não fez.
Camões deveria estar no auge da inspiração mesmo. Porque só assim mesmo ele conseguiu descrever tão bem o amor

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Já falei aqui que não gosto de aniversários né? Poisé, não vejo muito motivo pra comemorar se eu estou "envelhecendo". E sinceramente, esse termo não cabe a mim. Nunca coube, pelo menos, por enquanto. a hora de envelhecer deve chegar algum dia, mas por enquanto, sinto como se nunca fosse chegar. A gente sempre espera que alguma coisa que vai mudar o rumo dos seus dias aconteça no aniversário, daí que não acontece. e a gente se frustra. Bom, não se frustra mais, porque chega uma hora que não dá mais para guardar qualquer tipo de ilusão nesse sentido, mas, é mais ou menos por aí.
Porque veja só como é que são as coisas, desde que comecei a reparar em aniversários eu cresci, embora não tenha crescido muito, tenho o mesmo tamanho desde os 13 anos. A minha aparência mudou. A minha letra mudou. O meu corpo mudou. Mudaram também as minhas idéias e opiniões. Não sou mais aquela menina que fui um dia, embora seja muito mais menina do que mulher.
Agradeço a todo mundo que lembrou e falou. A quem lembrou e não falou. E até mesmo quem não lembrou, assim me poupa o trabalho de retrubuir no orkut.
Foi bem melhor do que o esperado. Aliás, é cada vez melhor!:)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sabe quando de repente tudo fica sem sentido, como se um buraco negro sugasse tudo que aconteceu de bom? E você fica perdida, tentando achar onde foi que fez/falou alguma coisa, ou tentando se jusficar por coisas que talvez não precisassem de justificativas, ou precisassem, depende do ponto de vista. E ele completamente absorto pelo acumulo de informações e que deve refletir um pouco essa mente incoerente que eu não entendo e amo. E odeio, às vezes. E volto a amar de novo. Ele me ama também, mas deve em momentos me odiar.Pensa que me conhece, mas algumas vezes, não entende. E eu temo que nunca irá.Mas nada é tão ruim quanto parece! Foi só um momento “essa vida não presta”. Mas passa! Sempre passa.E quando passa, eu só queria saber pq eu tenho essa coisa em mim, esse dom fazer merda, de passar por burra (ainda mais sendo loira) com tamanha naturalidade e desenvoltura.
Estou vivendo dias de “transtorno bipolar”. As vezes eu estou muito bem, às vezes muito mal (e não se trata de TPM, ainda…)
Amanhã é meu aniversário. Eu fico meio afobada nessa época, dos meus 15 anos pra cá, eu perdi o gosto por aniversários. Quando desejo feliz aniversário pra alguém desejo também que essa pessoa nasça todo dia novamente. Mas, pensando bem, é difícil nascer todo dia. Preguiça. Tem o ônibus lotado pra pegar. E o trabalho. E a faculdade. E a fila do banco. E o aniversário da filha da prima de não sei quem. Mas, difícil mesmo é saber se de fato amamos a vida se sequer sabemos viver direito. Dificil questionar algo que não foi alcançado ou escolhido, mas que nos foi simplesmente dado, que é tão frágil que qualquer ônibus da Santa Luzia pode assim sem mais nem menos vir e despedaçar. Ou seja, eu desejo a mim e a todo mundo que se cuide. Compre Band-aid. Faça dieta. Escute os outros. E de vez em quando surpreenda-se ao perceber, em alguma coisa bastante boba, que essa bagunça toda ainda vale a pena. e que os anos de vida nunca me pesem mais do que a vida desses anos.

Sete coisas

SETE COISAS Que eu mais digo:

"Enfim" / "Como assim" / "Tipo assim" / "Hãn?" / "Então tá, né?"

"Papi, se você falar comigo assim denovo eu juro que eu choro"

"VAI ME DEIXAR FALAR OU NÃO XUXUZINHO?" Tipo, ódio disfarçado nesse xuxu com "x" da xuxa...

"Maira, viu a minha chave?" - e a resposta padrão: "Tá onde você deixou". Ódio denovo.

"É sério que eu sou obrigada a assitir isso?" - E assim que começa a guerra pelo controle remoto entre meu irmão e eu.

"Tudo eu" - Essa é sempre com relação a serviços domésticos.

"E isso tudo com dinheiro de quem? Seu?? Porque eu não tenho UM real! - Geralmente essa é pra Amanda.

7 coisas que eu faço bem:

- Imitar um gorila andando.

- Divagar sobre o nada.

- Falar qualquer merda pra me livrar de um silêncio desconfortável.

- Me atrasar.

- Miojo de Tomate - pensei em colocar sexo, mas não tenho testemunhas aqui para comprovar... ia acabar parecendo mentira.

- Interromper e distrair a pessoa que me conta um assunto sério fazendo comentários nada relevantes (abre parêntese gigante, porque essa merece um exemplo):

- Sabe a Fulana de tal? Então, tá gravida!!! - Ih, ela tem um irmão travesti, sabia? Um traveco liiiindo, Cê precisa ver!!

- Estressar com coisas pouco relevantes.

7 coisas pra fazer antes de morrer…

- Escrever um livro muito legal e muito vendido

- Ir a um show do Roberto Carlos e chorar com “Detalhes” e “Como é grande meu amor por você”.

- Ter uma casa no campo bem bonita onde eu possa plantar meus amigos, meus livros, minhas coisas (MEU AMOR TB!) e nada mais.

- Não usar e não aceitar aquela desculpa fácil da falta de tempo pra justificar as ausências das pessoas que amamos. Tempo é uma questão de preferência

- Viajar para lugares diferentes. Pra qualquer lugar.

- Acampar numa praia (Influenciável??? Eu??? Magina!)

- Fazer uma performace bêbada em cima da mesa da música Let it Be

7 coisas que eu não faço…


- Unha. Não consigo! Não tenho coordenação motora!

- Arear panela.

- Comer algo que eu não goste, mesmo que esteja com muita fome.

- Contar vantagem.

- Ser sincera ao ponto de magoar alguém (a menos que minha opinião seja absolutamente imprescindível, coisa que geralmente não é) .

- Sair de casa sem vontade.

- Ir a uma ópera.

7 coisas que eu adoro…

- Edredon + frio

- Cinema/Dvd.

- Mc Chicken do Mc Donald’s , Fanta e Batata (um de cada vez, pra não tumultuar).

- Bebidas alcólicas

- Passar vergonha com os irmão

- Tudo isso ao mesmo tempo.

- “Aquilo” (dessa vez não resisti).

7 coisas que eu odeio…

- Telemarketing.

- Coisas de adulto (sobretudo fila e compras de adulto).

- Comida muito doce

- Acordar muito cedo

- Serviço doméstico

- Discussões sem sentido

- Pessoas que não fazem seu trabalho

7 Coisas que me fazem surtar

- Bater (mesmo que delicadamente) meus dedos do pé.

- Cosquinhas.

- Ter que repetir várias vezes o que disse só pq o “ouvinte” não estava ouvindo.

- Mendigar amor e aprovação das pessoas e só conseguir indiferença e implicância (eu sou uma idiota por fazer isso…).

- Gente que insiste pra eu sair de casa quando já deixei claro que não sairia mesmo que houvesse um vazamento de lixo tóxico debaixo dela.

- Amigas SUUUUPER pacientes que insistem em me consolar (gosto que me ouça e reclame junto. Dizer “ah, não fica assim não” me faz pensar numa morte ligeiramente trágica para a pobre amiga).

- Ser mal interpretada ou incompreendida, mesmo depois de explicar a situação milhares de vezes, mesmo dando provas de que eu não sou o tipo de pessoa que faria/diria tal coisa, mesmo simplificando ao nível de “vovô viu a uva”. FODA! Tenho vontade de me internar num manicômio! Lá ninguém vai acreditar ou entender o que eu estou dizendo, mas pelo menos eu estaria drogada.

terça-feira, 23 de junho de 2009

"Trair, ainda vai, mas confessar, jamais." - Não me contem - Danuza Leão

Eu acho que simplesmente não importa o quanto "CSI" a gente seja, sempre há a possibilidade de nossas cabeças receberem a nobre companhia de chifres sem que nós percebamos. Então não faz sentido ficar vasculhando sistematicamente a o celular, o computador e afins a procura de sinais de uma traição.
Mas acho q se eu for traída, preciso saber, pra avaliar se essa pessoa realmente me serve. Na vida da gente, é importante estabelecer um parâmetro, senão acaba aceitando tudo e dando graças a Deus. A princípio, uma pessoa q me traia, não me serve (o "a princípio" é pra evitar cusparadas pro alto voltam bem no meio da testa). Assim como também não serve uma pessoa que agressiva, ou muito drogada, ou uma pessoa q eu julgue ser mais burra q eu.
É simplesmente uma questão de decidir o que é aceitável e o que não é.
Cada relacionamento tem suas regras e dá certo enquanto elas estiverem sendo obedecidas. Muitos casais funcionam bem com essa regra (do "não traia, mas se trair não me conte!"). A prova dos nove é a felicidade (afinal, o importante é ser feliz e mais nada), mas não sei não se comigo funcionaria...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Toda vez é a mesma coisa. Vai chegando meu aniversário e eu vou ficar chata, sensivel - mais - entre outros adjetivos nem tão legais assim. Sinto um congestionamento dentro de mim. São muitas pessoas querendo falar, se exibir, se expressar. Esses tempos, achei que estava entrando num período de calmaria, a maturidade afinal, e de repente esse furacão. Esse sobe e desce emocional. Sempre converso com as meninas, falo sobre a serenidade adquirida com as coisas, mas tipo... cade ela agora? Deve esta com a outra parte de mim, aquela que medita, pondera, é segura e tem classe. Ainda bem que existe essa minha outra parte, pra me trazer conforto. Eu e essa minha boca grande. Sou doutora na arte de falar merda pra quem me faz feliz. Porque nessas horas a gente diz coisas que nunca pensou? Pra depois ficar com aquele vaso quebrado no meio do peito, tentando remendar o que se partiu no vicio de não se conter. Coisa repetitiva. Acho que antes de nascer, a gente tinha que fazer tipo um curso preparatório para a vida que terá. Se teve esse tal curso, eu devo ter perdido ensinos indispensáveis, devo ter perdido a aula de controle dos pequenos ímpetos. Pra ser bem sincera, sou magnifica com situações de impacto. Sou segura, adulta, consigo me controlar com grandes problemas, mas, me enrolo vergonhosamente com as pequenas coisas do dia-a-dia. E a vida é feita do dia-a-dia.
Fruto de quem sou, eu já deveria saber que não sairia muito linear no jeito de levar as coisas. Não sou certinha, não sou calma, não penso uma coisa só, meu sangue corre quente, sou da briga e quero brincar, dou risada alto, tenho explosões de alegria e fico muito, muito triste. Não deixo de chorar por falta de coragem, ou vergonha. As lágrimas pra mim são fruto de aprendizado, e sempre que elas me vêm é em momentos em que tudo está de maneira tão genuina que não há como não me comover. Passei muito tempo expressando através de palavras tudo aquilo que eu sentia, porque tinha a desculpa de que não era eu, era apenas algum personagem da minha cabeça. E assim, me enganando, deixei de ser uma pessoa defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Aliás, pelo contrário, acho que se morre de apatia. Deve ser por isso que hoje a medida das coisas muita vezes me escapa.
Me entrego. Quando o mundo fica bobo, não é nada mal se entregar assim. Por isso os sentimentos a meu ver são sempre superiores, nascem de dentro. e não há um igual ao outro.
A virtude não está em não ter deficiências, mas em querer domestica-las.
Na vida existem dois tipos de pessoas: Há os que assistem, entendiados e com medo, a vida passar pela janela, sem grandes emoções ou riscos. E há os afobados, que querem tudo. muito. e agora, que agarram a vida pelo colarinho. Cheia de hematomas, reconheço, sou do segundo time.
Na história da minha família, se errou muito por não se medir a consequencia dos atos. Grandes sofrimentos surtiram por não sabermos conter algumas coisas. Entretanto, posso afirmar com toda a certeza do mundo, que vivi cercada de gente de verdade. Então, não me culpo por meus atos de incensatez. De qualquer forma, sou de um tipo que se lança nas coisas com ímpeto e paixão. Sei que isso traz problemas, mas tenho medo de que o inveso me traga frustrações e arrependimentos.
Preciso direcionar melhor essa minha sensibilidade. "Extremos são perigosos", né?
Não sei fazer nada muito direito, mas garanto uma coisa: sou um bom investimento. Não sei hoje, mas aprendo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

palpite!

Eu sei que não sou um exemplo de bom comportamento nem tenho no currículo uma coleção de finais felizes. Eu sei que eu meto os pés pelas mãos na maioria das vezes. Eu sei que quando se trata de relacionamento, eu tenho ciúme, eu sou insegura, eu faço cena. Eu sei de tudo isso e, acredite, eu tento melhorar (apesar de não estar funcionando ainda!). Mas o que eu mais sei é que a gente só aprende dando cabeçada por aí.
Então por que é que as pessoas se acham capacitadas em dar palpites na vida das outras? Alguém me explica? Alguém me explica porque é que aquela amiga que nenhum homem suporta ela por mais de quinze dias pensa que sabe o que é melhor pro seu namoro? Ou por que aquela pessoa que já foi infiel nos seus relacionamentos quer te convencer de que existe fidelidade? Por que a gente sempre tem a fórmula mágica pra vida dos outros? Por que alguém sempre sabe nos dizer exatamente o que fazer, mas nunca faz nada direito? Faça o que eu digo, não faça o que eu faço? É isso?Você ta fazendo errado! Isso não ta certo! Não pode ser assim! Faça de tal jeito!
É só um hábito irritante que as pessoas – em especial as mulheres – têm. Ninguém ta pedindo conselho ou colocando a vida aberta para debate. A gente não está interessado em fazer como a melhor amiga faz só porque a experiência dela deu certo. Se fosse assim, a gente ouvia conselho de mãe, de vó, de tia velha e casava virgem, né?! Não. A gente faz o que a nossa cabeça manda e não o que as pessoas nos dizem. A gente quebra a cara. Sofre. Leva pé-na-bunda. Se decepciona com todo tipo de gente. Mas no final, a gente aprende alguma coisa que não aprenderia se tivesse feito tudo certo.Tudo certo demais me cansa. Muito Pollyanna pro meu gosto (aliás, que moral tem alguém cujo nome repete doze vezes a mesma letra e usa y no lugar da letra i pra parecer sofisticado?). Que graça tem alguém que machuca o dedo e não grita um palavrão? Que graça teria se a gente conseguisse tudo que quer? Se fizesse tudo conforme o manual. Se só abrisse o presente de Natal depois da meia-noite. Se tudo saísse conforme planejado. Se a gente não tivesse ciúme. Se a gente soubesse exatamente como fazer tudo. Ou se tivesse alguém pra nos dizer sempre como fazer. Não teria graça nenhuma. Não haveria inspiração pras duplas sertanejas, pros noticiários, pros blogueiros, pra Sônia Abrão ou pra Márcia Goldsmith. Não haveria dor ou poesia. Os dias chuvosos não fariam o menor sentido. O mundo não teria graça se tudo fosse perfeito e se todo mundo tivesse a resposta pro problema alheio antes mesmo do alheio ensaiar querer um conselho. Por isso, detesto que alguém dê palpite na minha vida. Deixe que eu caminhe com minhas próprias pernas curtas dando meus passos pequenos. Um de cada vez. Deixe que eu caia, levante e comece de novo se precisar. Mas, por favor, me deixe fazer sozinha. Do meu jeito errado. Se eu vou me machucar mais do que aprender alguma lição, deixe que eu descubra no final.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

mau humor!

Eu tenho um tipo de mau humor matinal particular, assim, muito meu. Não é exatamente na hora que eu acordo. Geralmente, começa depois que eu desço do ônibus, porque aí deu tempo de alguma coisa sair errada. Nesse momento eu já percebi que tô atrasada, ou que meu cabelo está horrível, ou que a minha roupa amassou no caminho, ou o motorista não abriu a porta onde eu queria, ou demorei pra achar alguma coisa na bolsa, ou estava muito quente, ou muito frio, ou qualquer merda que vai me irritar. Então desço do ônibus de mau humor, entro no trabalho de mau humor e o mau humor vai até às 10h30, com algumas variações para mais ou para menos dependendo do dia. A variação para mais pode se alongar um pouquinho, até às 18h. Mas geralmente o apice é até 10h30. Até essa hora, algumas coisas podem influenciar para piorar ou melhorar meu estado. Por exemplo, se chega uma pessoa mais mal humorada que eu, resmungando, reclamando da vida, falando mal de alguém, com muita raiva de tudo, eu acho divertido e me sinto muito melhor. Uma pessoa mal humorada é muito engraçado. Automaticamente meu humor melhora. Agooora... se chega uma pessoa superfeliz, dizendo BOOOM DIA!!!, sorrindo, emanando flores e borboletas pela respiração, aí... meu humor piora muito! Eu tenho vontade de matar essa pessoa! Bater até sangrar, pra ver se ela fica triste e o meu humor melhora. Entenderam? Mas é só até 10h30...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eu quero casar!

Casar, juntar trapos, morar junto ou qualquer outro nome que tenha significado semelhante. Como religiões não são meu forte, o fato de entrar numa igreja com vestidinho branco, limpando o chão por onde piso com um monte de gente olhando e pensando se estou cometendo uma dádiva ou afundando minha vida estão descartados. Mesmo se eu fosse, meus botões conservadores diriam que, como sei o que é bom da vida, não deveria casar de branco e como aprecio algumas "medievalices", a idéia de casar de outra cor muito me agrada. Como a igreja é algo que está fora de cogitação, gostaria que fosse em um lugar aberto. Um sítio, se possível, bem verde e sem cavalos pastando, afinal eu não acredito que pisar em esterco traga boa sorte. Quero uma decoração cinematográfica, cheio de flores roxas e amarelas e um monte de tralhas espalhadas num espaço que seria um altar, mesmo que simbólicamente, pois não conheço outro lugar para os noivos ficarem durante a tal cerimônia. Quanto à música da entrada, gostaria que fosse algo que saísse do trivial, mas nada vem em minha mente até agora. Depois da cerimônia, teria um banquete digno de uma rainha pois acho que uma noiva merece, mesmo que só por um dia, afinal o arroz-com-feijão será o cardápio de muitos outros. Depois do banquete teria uma banda decente, tocando musica decente até horas impróprias para pequenas crianças. Será uma noite inesquecível, mas...Se o casamento é uma união, significa que há mais de uma pessoa envolvida, no caso, o noivo. Mas e se ele não quiser? E se não fizer parte dos sonhos azuis dele? (afinal, só garotinhas e alguns gays tem sonhos cor-de-rosa) E se não fizer parte dos planos futuros? E aí, como fica? Não fica. E este é um dos grandes problemas de um relacionamento a dois. Neste caso, o que está em jogo é apenas um ritual de passagem, que pode ser resolvido com a transferência de duas pessoas para um espaço em comum e, talvez, a assinatura de um papel para documentar tal feito. Ou nada disso. Porém, a questão vai mais além.
Acredito que para um relacionamento durar são necessárias algumas coisas como afinidade, admiração, carinho, atração, entre outras coisas, mas principalmente, vejo que é importante ter planos em comum. Afinal, se você está com uma pessoa e realmente gosta e quer passar um bom tempo com ela, significa que ela tem de estar em seus planos, certo? Eu acho que sim. (Não vou entrar na questão financeira para não assassinar o pensamento por aqui.) Isso não significa que não possam ficar namorando para o resto da vida e cada um morar em sua respectiva casa. Pode ser legal também, porque não? Desde que seja de comum acordo. A questão é que num relacionamento o egoísmo deve ser banido da história. Pensar apenas nas suas vontades, nos seus planos, principalmente naqueles que interferem diretamente na vida de outra pessoa, é algo que deveria estar fora de cogitação, mas na verdade, nem sempre isto acontece. O ser humano tende a ser egoísta e aceitar apenas o que lhe convém, porém, esquece que dentro de um relacionamento, existe a outra parte e onde começa a liberdade de um, acaba a do outro. Quando o respeito pelo outro é ignorado é um sinal de que ali não existe mais um relacionamento. E quando percebe isso, já se está com vários planos que excluem o outro e depois pensa: quando isso começou?A resposta tende a ser complicada. Tem relacionamento que já nasce morto, pois as diferenças são tão gritantes que é quase impossível ter algo em comum. Geralmente estes relacionamentos começam baseados em sexo ou alguma razão superficial. Outros morrem com o tempo, pois algumas pessoas "mudam" ou percebem que o que viam não era o que estava sendo exposto. A paixão tende a cegar em alguns casos. E há outras situações que não convém discorrer aqui. Mas a questão é que por mais que deixemos o relacionamento fluir com as águas é necessário estar sempre atento para que a embarcação não afunde. E como são duas pessoas no barco, é necessário que conversem para tentar salvar o que resta, antes que morram afogados. Tem uma frase: "Viva com alguém que você goste de conversar pois com o tempo é a única coisa que irá fazer". Diálogo é fundamental. Essencial para que não seja necessário parar para discutir o futuro da relação e não brigarem pelo tempero da comida no jantar por não saber do que o outro gosta. Amar é algo tão simples que a gente faz questão de complicar.
Agora, se vou me casar, eu não sei, mas que íamos curtir a festa, isso eu tenho certeza.