quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sobre alguns fins...

Eu tive um relacionamento longo. 4 anos. Foram, pelo menos, uns 3 anos felizes e bem vividos. Depois a gente se perdeu. Mas sabe quando não consegue sair daquilo? É. Eu me sentia assim. E hoje, desconfio que ele também. Eu sonhava com o dia em que teria coragem de colocar um ponto final. Eu sonhei muito com este dia, sem no entanto acreditar que ele chegaria. Sonhava em ter alívio imediato, recuperar minha vida, Kenia, só Kenia, e recuperar minha solidão. Mais espaço na minha vida e liberdade total para trocar de canal. Queria esquecer o barulho da moto quando ele chegava em casa, nunca mais sentir o cheiro do perfume que ele usava. Não queria mais ser infeliz com ele. A dúvida era: saberia ser infeliz sozinha?
Todas as lágrimas que derramei na ocasião fora pelo que houve de bom entre nós, e pelo que houve de eterno. Chorei pelos olhares telepáticos que trocávamos, pelas mãos dadas no cinema, pelas imitações que ele fazia de mim e eu odiava, mas que era um sinal de que ele ainda me via. Chorei pelo primeiro beijo, e pelo ultimo, que talvez nem tenha sido dado. Chorei porque não o amava mais, e nem ele a mim, dois adultos que deidiram seu destino sem facadas, sem tiros e sem vulgaridade, chorei por essa sensatez, esse racionalismo, essas cicatrizes que ficaram mesmo assim, chorei pelo instante em que os dois juntos, desligaram-se da tomada e tudo ficou escuro.
Decidi primeiro que ele. Não queria ouvi-lo antes de mim. Não queria ser magoada.
Lembro que ele me disse "Vai ser melhor pra todos". É, depois de tanto tempo, ele ainda não sabia tudo de mim.

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