quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A carta

Meu querido,

a vida é tão efémera. É. é sim. por mais que a gente finja que não, que tudo é profundo e intenso. é tudo mentira. claro que é. bem vindo ao século XXI. Você tá meio atrasado, né? Embora, as vezes eu penso que vc é bem mais pra frente do que eu. e a fama ainda sobra pra mim. olha, acho que você não vai muito com a minha cara, na verdade, nunca foi, né? Acho que eu sou estabanada demais, estranha demais, pequena demais. tudo de mais. ah, e algumas coisas de menos. bem de menos. mas não é de mim que eu me propus a falar aqui. É sobre como as diferenças nos engoliram. de como elas foram nocivas. E ainda dizem que são as diferenças que comprovam o sentimento. muito.. mas MUITO errado mesmo esse tipo de pensamento. Porque veja você, eu sempre achei engraçadinha as diferenças, mas chegou num ponto em que elas se tornaram irritantes, sabe como é? Nós dois é mais ou menos como comer lasanha com sorteve. Não combina. não tem jeito. Percebe como tudo hoje se resume a explicações? Busco justificativas para tudo. ou para o nada. Acho que eu tentei ir além da capacidade. Além da capacidade de entender. Além da capacidade de esperar. Além da capacidade de esquecer.

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