terça-feira, 10 de junho de 2008

Nostalgia

Oi. Bom, tudo na mesma...Na mesma merda, digo. Aliás, tenho uma coisa boa, descobri o motivo de toda essa minha sensibilidade. Tá, eu já sou sensivel/chata, mas nessa época, eu fico mais ainda. Meu aniversário tá chegando. 20 anos. Porra, VINTE ANOS!! Antes de ontém me parece que eu tinha 15! Onde eu tava quando se passaram 5 anos? E o pior é que eu nunca mais vou ter quinze anos na vida. Tá que eu não preciso me matar por causa disso. Mas é no mínimo chato. Não vai existir mais aquela expectativa idiota sobre quem vai tá na sua sala ano que vem. Não vai ter mais expectativa sobre o sexo. Nunca mais vou matar aula e ir pro shopping pra beber cerveja clandestinamente as... 9 da manhã! Nunca mais vou sentir o gosto de levar um ‘não’ na cara pela primeira vez (se bem que ainda continua sentido um gosto meio ruim, mas não é o mesmo). E misturar vinho, vodca e cerveja não é mais a mesma coisa. Ficou batido, sabe. Não vai ter mais quase uma reunião das Nações Unidas para comentar que o cara que você beijou na noite passada tentou ‘pegar na sua bunda’. E nem é medo da responsabilidade. Porque eu já trabalho e sei o que significa ter horários. É o medo de saber que a partir de agora, os anos vão vir sem parar. Antes na minha cabeça minha vida tinha a duração de hoje até amanhã. Poderia ir pra aula com cabelo bagunçado ou usar um tênis amarelo sem que fizesse alguma diferença. Hoje não dá. Dentro de 15 dias eu terei 20 anos. E não acredito em melhores dias na minha vida. Não acredito mais em amores pra sempre. E nem em finais felizes (favor inserir aqui reticências e um vazio inacabável...).

E por causa dessa minha amargura, ontém uma amiga minha veio, aflita, me pedir conselhos.
OI? Pede conselho pra mim não... Não sei se poderia te ajudar.
Não consegui evitar de dizer o que eu acho de tudo e tenho certeza de que falei o que ela não queria ouvir.
E não adiantou. Vai adiantar eu falar pra você que já era? Que vocês estão empurrando com a barriga? Que não existe mais amor?
Porque daí, você vai falar o que já falou pra mim: Que não é bem assim, que vocês se amam. Só que quando estamos sensiveis, não conseguimos analisar os fatos tais como eles são.
Você fica com outros. Ele deve fazer o mesmo. Você se sente incomodada em dar satisfações. Ele não tem mais tanta certeza se confia ou não. Esses são os fatos.
Pode perguntar: "Você já amou de verdade?"
Te respondo com toda a sinceridade do mundo. Sim. Amei e amei muito. Mas então, ele foi embora. Eu me livrei. E só aquele dia percebi que não existem mais amores romanticos. Você não vai viver feliz pra sempre. Existem as contas. Os problemas. As dicussões. O ciume. O cara gato da faculdade que dá em cima de você.
E nem foi amadurecimento. Nem nada. Foi só coragem de perceber que há muito já eu vivia sem ele. Eu sempre tive receio do mundo lá fora. De como seria encarar as coisas sozinhas. De como seria ser eu sem ele. E eu sempre odiei ter que abrir mão de coisas. Mas um dia eu me dei conta de que "Acabou!". Simples assim. Acabou. E oh, eu sofri. Acho que como nunca na vida. E até hoje penso nele com ar de tristeza. A dor chegava a ser física. Por 3 anos. TRÊS longos anos eu fui feliz. A vida trouxe acontecimentos novos. Eu comecei a acreditar no amor. E ah, não existe nada no mundo que seja melhor do que sentir-se amada. Não existe.
Pra ser bem sincera, tem dias, especialmente se regados a alcool, que eu me pergunto porque eu fui embora. E não sei ao certo. Mas, deve ser porque sou egoista. Porque amor exige companheirismo, confiança. SATISFAÇÃO! Namorados são invasores. No começo, tudo é lindo e o amor basta. Mas depois, vem as satisfações, as discussões. E com elas, a mentira. A omissão. E eu, gosto de viver a minha vida. Ter a liberdade de ir e vir. Eu não presto, talvez.
Mas, o amor acaba. E depois a gente vê que foi melhor assim. O tempo cura. E se não cura, esconde. Esconde tão bem escondido só procurando muito bem procurado pra você achar. E olhe, existem maravilhas em estar solteira, acredite.
Há um ano atrás não acreditava que conseguiria viver sem aqueles três anos. Mas eu fui embora, porque eu gosto de correr risco e sempre me fodo. As vezes, a dor e a saudade vem me visitar, mas eu estou aqui. Viva. De uma maneira que eu nunca pensei que estaria. Porque, na verdade eu não preciso daqueles anos pra ser feliz. Porque nada do que me cause tanta necessidade e dependencia pode me fazer tão bem assim. Porque a vida é minha, e eu escolho meus caminhos.

Então, pessoa querida, não pense que será pra sempre. Não pense que COM VOCÊ será diferente. Não é. É tudo igual e a sua mãe tem toda razão quando diz que o tempo é o melhor remédio. Eu não acreditava, eu dizia que era mentira, eu julgava as outras pessoas mun-da-nas que não conseguiam nem manter um único amor pra sempre. Mas, constatei que o amor acaba. E tem limites.

É isso que eu te diria, porque é nisso que eu acredito e é assim que eu sempre levei a minha vida

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