domingo, 26 de outubro de 2008

Dificil é continuar encontrando palavras...

Alguém entra na sua casa, rouba suas coisas, agride você. Esse alguém cometeu, de uma só vez, vários crimes. Previstos em vários artigos da Constituição. Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, destrói sua confiança, agride sua auto-estima, estilhaça o pouco que resta da sua confiança no amor. E sai ileso. Mas não seria esse o pior crime que alguém pode cometer com outra pessoa? Agressão só é penalizada quando alguém encosta a mão em alguém? Como se pune quem causa uma ferida que não está exposta?
Acredito que tomar uma surra de um boxeador deve doer menos do que ser magoado. A dor física passa em algumas horas ou, em casos mais graves, alguns dias. Pra dor física existe remédio. Pras feridas, existe curativo. Mas quem cura a dor de um coração destruído? O que fazer com as feridas cravadas no coração de uma pessoa que sai na rua descrente do mundo? Como penalizar o agressor que, sem usar mãos, armas ou objetos cortantes e pontiagudos, causou ferimentos graves em alguém? Por que ninguem previu isso na lei?
As pessoas lotam consultórios psiquiátricos, se entorpecem de remédios para a ansiedade, pra depressão, pra pressão, pra dormir, pra acordar. Remédio pra viver. Pro que não tem remédio. Pra dor que não passa. Pra ferida que ninguem vê. Vãs tentativas de resolver o caos interno. As pessoas tentam remediar uma dor que parece nunca ter fim, que vem de dentro. Bem fundo.
Entendo perfeitamente quando minha amiga diz que não consegue mais conversar com o ex-namorado porque tem vontade de bater nele. Sinceramente, entendo. Quando alguém te machuca, te decepciona, te magoa, a dor é tão grande que você quer agredir a pessoa de volta. Você se sente impotente, enganado, ferido. Frustrado. Dà vontade de sumir. Tudo desaba na sua frente. Você sente que perdeu seu tempo, sua auto-estima, suas forças. E qual a pena pro agressor? Qual a pena pra alguém que entrou na sua vida, nos seus sonhos, nos seus planos e, num piscar de olhos, destruiu tudo como se tivesse esse direito?
O que sempre penso é que vingança não é remédio. Nem fazer justiça com as próprias mãos. O tempo se encarrega disso.
Ou sei lá o quê! Nunca fui boa conselheira.
Talvez existam algumas formas da vida punir quem brinca com o coração dos outros. Não sei mesmo.
Tenho uma tendência fortíssima pelo drama. Você não me ama, não me quer, não pensa em mim, não liga para o que eu sinto ou penso, e buá. Assumo. Assumo também que sinto mais do que deveria sentir. Me importo mais do que deveria me importar, e também consigo gostar mais do que deveria.
Desapontamento? Talvez. Sempre questionei os valores que as pessoas possuem e o porquê atraio aquelas que têm valores diferentes dos meus.
E pior que não adianta dizer que isso já cansou, e fazer meu drama habitual.
Esse não foi o primeiro, e, infelizmente, não será o último texto sobre desapontamento. Difícil vai ser continuar achando palavras.

3 comentários:

Anônimo disse...

Keniazinha, quanto tempo não há vejo, tudo na vida existe lados, do mesmo jeito que você se desapontou a outra pessoa também,e você sempre tem que pensar que tudo é uma experiencia e que com ela voce vai aprender muito mais e ficar muito mais forte. E nao ter raiva, odio, ou qualquer outro sentimento negativo, porque isso só vai aumentar sua dor, é como ficar mexendo no machucado só aumenta e doi mais. Boa sorte, fique com Deuss Beijos de uma velho amigo.

Tati Bernardine disse...

Ke, acho que esse foi um dos seus melhores textos. Foi foda, tanto quanto os desapontamentos.

É uma dor que a gente tenta colocar pra fora, mas ela não sai. Fica ali e por mais que vc tenta descontar em tudo ou em todos, ela insiste em parmecer. Mas sabe, ninguém vive através de cartas marcadas e quando a gente vê, a dor passa. Ninguém nunca morreu de amor! Assim como nós, estamos mais vivas do que nunca.

Te amo.

Anônimo disse...

Esse texto tbm é da Brena Braz...... que escritora é vc que copia textos?????
Qdo o texto não é seu tem que por os créditos........
A cópia total ou parcial é crime....