quarta-feira, 27 de maio de 2009

tá vendo..

tem uma faxineira aqui na fábrica que insiste em vir faxinar hora que a gente tá tipo, muito ocupada e não pode liberar o espaço. até aí, morreu neves, pq né, bom senso não é pra qualquer um. só que. a dona rosa pedindo e eu estou resistindo bravamente, mas que ela tá pedindo, ah, ela tá. hoje, terminando de conferir um relatorio infernal que se eu parasse ia perder o racionio, ela andentrou a sala com a vassora, que olha, se eu fosse cardiaca tinha enfartado. sabe, em um dia cansativo as pessoas não pode ser assim. tá, nem é tão cansativo porque eu não sou exatamente a pessoa mais ocupada do mundo, mas continuo sendo filha de deus e mereço trabalhar em paz e conferir o relatório em silêncio.
Daí que ela entrou gritando que tinha que limpar, que tinha horário. Bom, em minha defesa, em primeiro lugar: foda-se, não está só eu na sala. e eu também tenho HORÁRIo pra entregar essa merda. em segundo lugar, ninguém – veja bem: ninguém – grita comigo me mandando ou desmandando fazer alguma coisa. nem minha mãe que me limpou, alimentou e criou, grita comigo. ninguém. grita. comigo. agora vem uma velha sozinha e patética me dar esporro? tenta de novo, dona rosa.
mas, ultimamente eu ando calma e me comportando bem. eu poderia ter gritado de volta, eu poderia ter dito que ela me dá pena. mas não, fiquei quieta. esperando a dona rosa encerrar o show. e as outras meninas da sala em choque também, porque ela tipos... gritou com todo mundo quando acabou eu simplesmente olhei para ela e pedi por favor num futuro próximo, ela não grite com a gente novamente. ah, e disse que eu trato ela com respeito e espero o mesmo
tratamento. dona rosa deu de ombros e saiu da sala pra pegar o resto das coisas de limpar e entrou e começou a limpar as coisas como se nada tivesse acontecido. como se isso fosse normal. como se velhas loucas gritando do nada fosse apenas uma dessas coisas da vida. dai que ela terminou e vazou. deu 15 minutos dona rosa voltou: “desculpa queridas. a tia estava brava, por favor me desculpe.” a vontadade era gritar que tia de cu é rola e, sei lá, derrubar ela no chão, mas achei melhor não. apenas fiz que sim com a cabeça e disse que não tinha problema.
o único problema é que é óbvio que tem problema. nós vamos ter problemas. grandes, eu diria.

Nenhum comentário: