segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eu quero casar!

Casar, juntar trapos, morar junto ou qualquer outro nome que tenha significado semelhante. Como religiões não são meu forte, o fato de entrar numa igreja com vestidinho branco, limpando o chão por onde piso com um monte de gente olhando e pensando se estou cometendo uma dádiva ou afundando minha vida estão descartados. Mesmo se eu fosse, meus botões conservadores diriam que, como sei o que é bom da vida, não deveria casar de branco e como aprecio algumas "medievalices", a idéia de casar de outra cor muito me agrada. Como a igreja é algo que está fora de cogitação, gostaria que fosse em um lugar aberto. Um sítio, se possível, bem verde e sem cavalos pastando, afinal eu não acredito que pisar em esterco traga boa sorte. Quero uma decoração cinematográfica, cheio de flores roxas e amarelas e um monte de tralhas espalhadas num espaço que seria um altar, mesmo que simbólicamente, pois não conheço outro lugar para os noivos ficarem durante a tal cerimônia. Quanto à música da entrada, gostaria que fosse algo que saísse do trivial, mas nada vem em minha mente até agora. Depois da cerimônia, teria um banquete digno de uma rainha pois acho que uma noiva merece, mesmo que só por um dia, afinal o arroz-com-feijão será o cardápio de muitos outros. Depois do banquete teria uma banda decente, tocando musica decente até horas impróprias para pequenas crianças. Será uma noite inesquecível, mas...Se o casamento é uma união, significa que há mais de uma pessoa envolvida, no caso, o noivo. Mas e se ele não quiser? E se não fizer parte dos sonhos azuis dele? (afinal, só garotinhas e alguns gays tem sonhos cor-de-rosa) E se não fizer parte dos planos futuros? E aí, como fica? Não fica. E este é um dos grandes problemas de um relacionamento a dois. Neste caso, o que está em jogo é apenas um ritual de passagem, que pode ser resolvido com a transferência de duas pessoas para um espaço em comum e, talvez, a assinatura de um papel para documentar tal feito. Ou nada disso. Porém, a questão vai mais além.
Acredito que para um relacionamento durar são necessárias algumas coisas como afinidade, admiração, carinho, atração, entre outras coisas, mas principalmente, vejo que é importante ter planos em comum. Afinal, se você está com uma pessoa e realmente gosta e quer passar um bom tempo com ela, significa que ela tem de estar em seus planos, certo? Eu acho que sim. (Não vou entrar na questão financeira para não assassinar o pensamento por aqui.) Isso não significa que não possam ficar namorando para o resto da vida e cada um morar em sua respectiva casa. Pode ser legal também, porque não? Desde que seja de comum acordo. A questão é que num relacionamento o egoísmo deve ser banido da história. Pensar apenas nas suas vontades, nos seus planos, principalmente naqueles que interferem diretamente na vida de outra pessoa, é algo que deveria estar fora de cogitação, mas na verdade, nem sempre isto acontece. O ser humano tende a ser egoísta e aceitar apenas o que lhe convém, porém, esquece que dentro de um relacionamento, existe a outra parte e onde começa a liberdade de um, acaba a do outro. Quando o respeito pelo outro é ignorado é um sinal de que ali não existe mais um relacionamento. E quando percebe isso, já se está com vários planos que excluem o outro e depois pensa: quando isso começou?A resposta tende a ser complicada. Tem relacionamento que já nasce morto, pois as diferenças são tão gritantes que é quase impossível ter algo em comum. Geralmente estes relacionamentos começam baseados em sexo ou alguma razão superficial. Outros morrem com o tempo, pois algumas pessoas "mudam" ou percebem que o que viam não era o que estava sendo exposto. A paixão tende a cegar em alguns casos. E há outras situações que não convém discorrer aqui. Mas a questão é que por mais que deixemos o relacionamento fluir com as águas é necessário estar sempre atento para que a embarcação não afunde. E como são duas pessoas no barco, é necessário que conversem para tentar salvar o que resta, antes que morram afogados. Tem uma frase: "Viva com alguém que você goste de conversar pois com o tempo é a única coisa que irá fazer". Diálogo é fundamental. Essencial para que não seja necessário parar para discutir o futuro da relação e não brigarem pelo tempero da comida no jantar por não saber do que o outro gosta. Amar é algo tão simples que a gente faz questão de complicar.
Agora, se vou me casar, eu não sei, mas que íamos curtir a festa, isso eu tenho certeza.

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